À véspera da eleição, candidatos ao TCU correm para garantir votos
Três senadores disputam a vaga e usam últimas horas para conquistar indecisos
Na véspera da corrida ao Tribunal de Contas da União (TCU), os três senadores que disputam a vaga passaram as últimas horas antes da votação em ligações para conquistar parlamentares indecisos. Para que o Senado escolha entre Antonio Anastasia (PSD-MG), Fernando Bezerra (MDB-PE) e Kátia Abreu (PP-TO), eles terão que ser sabatinados na 3ª feira (14.dez), na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), e depois terão seus nomes analisados pelo Plenário da Casa.
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Currículos ainda são compartilhados em grupos de Whatsapp para mostrar a capacidade técnica de cada um dos nomes para ocupar o cargo de ministro do tribunal, e tabelas são elaboradas e atualizadas pelas equipes dos candidatos sobre o número de votos prometidos. Como a votação é secreta, o maior medo dos senadores é de que haja traição nas bancadas. Por isso, há o trabalho ainda de reforço de apoio.
Nos bastidores, apesar de o cenário ainda estar indefinido, o nome de Bezerra tornou-se favorito. O líder do governo no Senado conseguiu convencer alguns congressistas no fim de semana e ampliou, segundo aliados, a vantagem sobre Kátia, que despontava como a mais votada até a semana passada. Isso porque a senadora tem o apoio tanto da oposição quanto de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), como do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), e do filho do chefe do Executivo, senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ).
Bezerra também tem a chancela de apoiadores do Palácio do Planalto. Mas encara uma disputa desesperada, pois está prestes a deixar a vida pública por falta de apoio político e eleitoral. Com chances mínimas de reeleição no Senado, tem dois filhos com pretensões políticas em 2022: o deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE), candidato à reeleição, e Miguel Coelho (DEM), prefeito de Petrolina (PE), e com intenção de concorrer ao governador de Pernambuco no próximo ano. A aliados, diz que a indicação ao TCU é seu plano A, B e C.
Anastasia, por sua vez, conta com o apoio da sua bancada e com a bênção do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que tem feito ele mesmo a campanha pela vitória do mineiro. Há, ainda, apoio entre outros senadores, como do Podemos e do PSDB. Com a indicação de Anastasia, ocuparia sua vaga o suplente, Alexandre Silveira (PSD-MG), e encerraria o imbróglio dentro do partido sobre quem lançaria a candidato por Minas Gerais em 2022. Isso porque só haverá uma vaga pelo estado nas eleições de 2022. Caso não vença a disputa, o senador seria o candidato pela sigla à reeleição.
Confira os nomes dos concorrente até aqui:
Fernando Bezerra (MDB-PE)
Formado em Administração pela Fundação Getúlio Vargas e com passagem pela George Washington University, o pernambucano Fernando Bezerra de Souza Coelho, 64 anos, começou sua trajetória política em 1982, como deputado estadual. Em 1986, foi eleito deputado federal e reeleito após quatro anos. Ex-prefeito de Petrolina, a maior cidade do sertão pernambucano, foi eleito senador em 2014. É o atual líder do governo de Jair Bolsonaro.
Kátia Abreu (PP-TO)
Em seu segundo mandato como senadora pelo Tocantins, a goiana Kátia Regina de Abreu, 59 anos, se formou em Psicologia pela Universidade Católica de Goiás. Antes de ser senadora, cumpriu um mandato como deputada federal, dando o primeiro passo da sua carreira política em 2000. Seis anos depois, foi eleita senadora, função que desempenha atualmente. Kátia Abreu foi ministra da Agricultura de Dilma Rousseff entre entrre 2015 e 2016.
Antonio Anastasia (PSD-MG)
Com graduação e mestrado em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, Antonio Augusto Junho Anastasia, 60 anos, entrou na política no cargo de vice-governador quando foi eleito em 2006. Na eleição seguinte, o mineiro de Belo Horizonte assumiu a função de governador do estado. Em 2014, foi eleito senador por Minas Gerais e ocupa o cargo atualmente.