Presidente da CPI encerra sessão e diz que convocará Ricardo Barros
Comissão consultará o Supremo Tribunal Federal sobre o que fazer com líder do governo na Câmara
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O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM), encerrou a sessão desta 5ª feira (12.ago), por volta das 15h, e disse que o colegiado vai convocar o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), para prestar o novo depoimento. A reunião de hoje foi suspensa após o deputado dizer que a comissão atrapalhou o país na aquisição de vacinas.
"Se hoje o Brasil está vacinando, foi porque negacionistas, inclusive o deputado que está aqui do meu lado que disse que não ia se vacinar. Aliás, pregava a imunização de rebanho para criança, que é crime. Então eu quero colocar bem claro para a população: se hoje estamos vacinando, e se estamos vacinando com uma vacina que está chegando a um preço justo é graças à CPI", afirmou.
A data para o novo depoimento, no entanto, ainda não foi marcada. Barros foi à CPI nesta 5ª feira como convidado em vez de convocado, a pedido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Antes de encerrar, Aziz acatou a questão de ordem de Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que pediu à CPI para consultar o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre quais medidas poderiam ser adotadas em relação às declarações de Barros.
"É um momento grave da vida nacional, que não comporta molecagens, que não comporta brincadeira, exige respostas sérias, exige que a gente tenha verdade. E não temos como fazer isso com essas circunstâncias e com esse depoente", disse Vieira.
Depoimento
Marcado por bate-boca, Barros afirmou durante depoimento que seu suposto envolvimento nas negociações pela liberação da vacina indiana Covaxin foi um "mal-entendido" e que "nunca tratou" da compra do imunizante. O deputado também negou que tenha uma "relação pessoal" com o empresário Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, que atuou como intermediária na compra do imunizante.
"Não tenho relação pessoal com o senhor Maximiano. O recebi no gabinete como ministro, com a nossa equipe de compras. Está registrado que a última vez que nos encontramos foi quando eu era ministro. Nunca tratei de Covaxin, em nenhum momento tratei de qualquer assunto relativo à venda da Covaxin", completou.
O deputado foi chamado pela CPI após o deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmar que Bolsonaro teria citado envolvimento de Barros nas denúncias de irregularidades nos contratos do Ministério da Saúde para compra de doses da vacina indiana.