Parlamentares comentam saída de Salles do Meio Ambiente
Ex-ministro é alvo de investigação no STF que apura esquema de contrabando de madeira
Gabriela Vinhal
Parlamentares usaram as redes sociais para comentar a saída de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente, nesta 4ª feira (23.jun). Alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre um suposto esquema de contrabando de madeira, Salles pediu exoneração nesta tarde. O cargo será ocupado por Joaquim Pereira Leite, que atuava como secretário da Amazônia e Serviços Ambientais.
O coordenador da Frente Ambientalista do Congresso, Rodrigo Agostinho (PSB-SP), chamou Salles de "pior ministro do Meio Ambiente da história do Brasil" e disse que a Justiça deve puni-lo pelo "estrago inestimável ao país".
"Caiu o antiministro do Meio Ambiente. É preciso que isso inaugure um novo tempo na política ambiental do país. O meio ambiente deve ser lastro da boa imagem do nosso Brasil. Pelos seus atos, Ricardo Salles agora deixa de ser assunto da política e passa a ser assunto de polícia", disse o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM).
A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) afirmou que Salles "já vai tarde", porque "promoveu o maior desmatamento da história do Brasil". "Alvo de investigação e protagonista desse governo ecocida, que promoveu o maior desmatamento da história do Brasil, já vai tarde! A verdade é que tinha que sair preso! Agora só falta Bolsonaro", escreveu.
A presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Katia Abreu (PP-TO), disse que a saída de Salles do Meio Ambiente é um "sinal verde" para o Brasil. "Espero tempos novos e alvissareiros para Amazônia e o Brasil", disse. Já o senador Jean Paul Prates (PT-RN) escreveu que o ministro "não deixa saudades". "Ele fez de tudo, menos cuidar do que devia. A demissão ajuda a abafar o escândalo da Covaxin. Tática de Bolsonaro que já está desgastada."
A saída de Salles do governo ocorre no mesmo dia em que o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão, Luis Ricardo Fernandes Miranda, servidor do Ministério da Saúde, alegam ter avisado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de ilegalidade na compra da vacina indiana Covaxin. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) vai ouvi-los na 6ª feira (25.jun), mas já acionou a Polícia Federal para saber se o chefe do Executivo pediu que o caso fosse investigado.