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Congresso

"CPI não precisa de depoimentos vazios", diz senador da comissão

Para Alessandro Vieira, delegado-licenciado, respostas de quebras de sigilo nortearão investigação

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Alessandro Vieira
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Delegado da Polícia Civil por 17 anos antes de ser eleito, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) defende que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia deixe de investir "em depoimentos vazios" para analisar a fundo as informações provenientes das quebras de sigilo aprovadas pelo colegiado. Para o congressista, há "indícios fortes" de crimes cometidos pelo Executivo que precisam ser esclarecidos para serem incluídos no parecer do relator, Renan Calheiros (MDB-AL).

São essas informações que nortearão o rumo da CPI, avalia Vieira, em entrevista ao SBT News. O senador, que acumula experiência na linha de frente de investigações, evita citar algum crime que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), atuais ou ex-integrantes do governo poderiam ser enquadrados. No entanto, alega já haver "provas da inércia" do Palácio do Planalto na compra por vacinas e defendeu que, após a conclusão do colegiado, haja mudança na legislação e responsabilização dos culpados.

Apesar de ter votado em Bolsonaro nas eleições de 2018, o parlamentar integra o "G7", grupo formado por independentes e oposicionaistas ao governo, e não poupa críticas à gestão do presidente. "Bolsonaro, infelizmente, até hoje, não desceu do palanque. Não faz gestão pública, faz campanha permanente para mobilizar seus seguidores", afirmou, em referência aos atos praticados pelo chefe do Executivo com motociclistas, que geraram aglomerações no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Contudo, destaca que a comissão não tem o poder de prender ou condenar ninguém, tampouco dar andamento a um impeachment. "Sem dúvida, a CPI vai chegar a um resultado positivo sobre o esclarecimento a respeito do governo brasileiro. Ela produz um relatório completo, profundo, mostrando o que aconteceu", completa. O senador lembrou que, a partir daí, algum parlamentar poderá apresentar um pedido de afastamento ou responsabilizar agentes criminalmente. 

Questionado se uma eventual alta na popularidade do presidente poderia interferir na eficiência e no andamento do colegiado, responde: "Torcemos pela vacina e, principalmente, que a economia melhore. Mas não afeta ou reduz a gravidade dos fatos que passaram". Na avaliação de Vieira, que tem um perfil mais discreto no Senado, "o que acontece politicamente depois é de menor relevância". "A CPI não pode se preocupar com apoio de rede social ou popularidade do presidente. Tem que se preocupar em apresentar uma análise completa e racional, concreta e qualificada sobre fatos graves".

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