Consultoria pede que CPI apure relação entre fim do auxílio e 2ª onda
Estudo da Consultoria do Senado mostra que média móvel de mortes subiu 4 vezes após fim do benefício
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Em documento enviado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, na 4ª feira (26.mai), a Consultoria do Senado recomendou que o colegiado investigue a relação do fim do pagamento do auxílio emergencial com a 2ª onda da covid-19 no país. Segundo o estudo técnico, o colegiado poderia "tomar providência" sobre falta de estudo do governo acerca do impacto sanitário do "apagão" do benefício.
"Parece haver insumos para o Parlamento, se quiser, iniciar uma discussão sobre o papel que o 'apagão' do auxílio emergencial teve para a segunda onda da pandemia -- especialmente diante da possível surpresa da população com o fim do benefício", indicou.
Segundo o documento, a média móvel de mortes subiu 4 vezes entre as datas das últimas parcelas do benefício, em 29 de dezembro, e seu reinício, em 6 de abril -- de 632 para 2.757 óbitos. "Para outros países, há evidência de que este tipo de benefício reduz a mortalidade, ao possibilitar a adesão às medidas de distanciamento social por parte da população mais pobre", destacou.
"Este exame poderia incluir a solicitação de estudos feitos dentro do Poder Executivo sobre a possibilidade de aumento do contágio com o fim do auxílio emergencial. Ainda que nenhum estudo neste sentido possa ser identificado, tal fato por si só (encerrar o benefício sem estudos sobre o impacto sanitário de seu fim) poderia ensejar providências da comissão", completou.
O requerimento que pedia a análise da Consultoria Legislativa foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Como justificativa, o parlamentar afirmou que os estudos comparativos "permitirão aos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito e aos cidadãos brasileiros comparar a atuação do Executivo Federal brasileiro com a de outros países".