Flávio Bolsonaro fala em ingratidão de Pacheco por permitir CPI
Senador lamentou que mortes da covid serão usadas para fazer política contra o governo federal
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) afirmou nesta 3ª feira (27.abr) que o governo de Jair Bolsonaro (sem partido), "nunca teve nada a temer" quanto à investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. Flávio classificou a decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de permitir a instalação da CPI como uma ingratidão.
Segundo ele, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a abertura da comissão, o presidente da Casa afirmou que "decisão judicial se cumpre". Contudo, de acordo com o parlamentar, quando a Justiça Federal de Brasília concedeu uma liminar que impedia que Calheiros fosse relator da comissão, Pacheco disse que não cumpriria essa decisão.
Flávio alega que o presidente do Senado poderia ter sido mais incisivo contra a decisão do Supremo que ordenou a abertura da CPI. "Eu entendo que houve sim uma ingratidão e uma falta de consideração por parte do presidente [Pacheco], de pelo menos não nos buscar [governistas] para que nós pudéssemos dar nosso ponto de vista sobre a conveniência e oportunide de se instalar uma CPI como essa."
Aliados do Palácio do Planalto tentam afastar Calheiros da relatoria por ele ser um crítico ao governo de Jair Bolsonaro. Caso seja confirmado relator, o parlamentar conduzirá a investigação a respeito da conduta do Executivo no combate à pandemia. Entre os argumentos usados pelos governistas, está o fato do senador ser pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB). Segundo a base aliada, isso poderia interferir em outro tema tratado pela CPI: os repasses federais feitos a estados e municípios.
A Justiça Federal em Brasília chegou a publicar uma liminar em que impedia que Renan Calheiros fosse relator da CPI da Covid-19. Contudo, a decisão foi derrubada hoje pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
Palanque
Flávio Bolsonaro também argumentou que o Senado usará as mortes de brasileiros vítimas da covid-19 como palanque político. "Lamento que alguns senadores queiram usar os caixões de quase 400 mil mortos para fazer política contra o governo federal."