Congresso
Membros da oposição querem primeira reunião da CPI com especialistas
Após consulta com médicos e biólogos, senadores veem como "inevitável" convocação de ex-ministros
Gabriela Vinhal
• Atualizado em
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O líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou nesta 5ª feira (15.abr) que, segundo entendimento da maioria dos colegas, a primeira reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid deve ser com especialistas. O grupo irá ouvir epidemiologistas, infectologistas, médicos e biólogos das principais instituições científicas do país para direcioná-los na condução do colegiado. Só depois desta etapa é que consideram "inevitável" a convocação dos três ex-ministro da Saúde.
"Eles têm que dar as primeiras respostas para nós. Por que chegamos até aqui? Por que nos tornamos epicentro global da pandemia? Poderíamos ter evitado tudo isso? Qual o impacto de ter incentivado ou não o uso de máscaras no ano passado? Temos que começar ouvindo a ciencia. Após isso, é inevitável não ouvir os três ex-ministros da Saúde do governo, porque foram gestores no decorrer do enfrentamento à pandemia ", afirmou o senador.
Em um ano, ocuparam a pasta Luiz Henrique Mandetta (DEM), Nelson Teich e Eduardo Pazuello, que deixou o ministério recentemente em meio ao colapso do sistema de saúde do país e à alta no número de mortes em decorrência da doença. Na avaliação de consultores do Senado, enquanto mapeiam os principais temas para serem investigados, senadores da oposição "ganham tempo" para que novos desdobramentos das ações praticadas pelo governo venham à tona.
Como foi o caso do Tribunal de Contas da União (TCU) que apontou omissões de Pazuello na gestão da pandemia. O relator da ação sobre a conduta da Saúde durante a crise, ministro Benjamin Zymler, disse que o general evitou assumir a liderança no enfrentamento à covid-19 no país. O TCU deve assessorar o Congresso Nacional durante os trabalhos da CPI.
Para o relator, Pazuello mudou o plano de contingência da pandemia para isentar o governo sobre o gerenciamento de medicamentos e insumos para o combate à infecção. "Em vez de expandir as ações para a assunção da centralidade da assistência farmacêutica e garantia de insumos necessários, o ministério excluiu, por meio de regulamento, as suas responsabilidades".
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), leu nesta 5ª feira (15.abr), em plenário, os nomes dos membros indicados que integrarão a CPI da Covid. Dos 11 titulares, sete são de oposição e "independentes" ao governo. Apenas quatro estão alinhados ao Palácio do Planalto: Ciro Nogueira (PP-PI), Marcos Rogério (DEM-RO), Eduardo Girão (Podemos-CE) e Jorginho Mello (PL-SC). A instalação deverá ocorrer na próxima 5ª feira (22.abr).
O ministro Luís Roberto Barroso determinou que o Senado instalasse uma CPI para investigar a atuação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na pandemia. A criação da CPI já contava com as assinaturas necessárias na Casa, mas vinha sendo protelada pelo presidente do Senado. A decisão monocrática de Barroso foi mantida pelo Plenário da Suprema Corte na 4ª feira (14.abr).
A instalação da CPI não agradou Bolsonaro que buscou ampliar o foco para incluir também governadores e prefeitos. No domingo (11.abr), o senador Jorge Kajuru divulgou uma conversa telefônica na qual o presidente pedia que fosse alterada "a amplitude" da comissão.
Na 3ª feira (13.abr), Pacheco leu em plenário o requerimento que oficializa a instalação da CPI. O colegiado investigará as ações do governo no combate à pandemia, além dos recursos federais encaminhados a estados e municípios. Isso porque Pacheco anexou ao ofício de Randolfe Rodrigues (Rede-AP) parte do requerimento protocolado pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que pedia a instalação de uma CPI para apuração da conduta dos governadores e dos prefeitos.
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"Eles têm que dar as primeiras respostas para nós. Por que chegamos até aqui? Por que nos tornamos epicentro global da pandemia? Poderíamos ter evitado tudo isso? Qual o impacto de ter incentivado ou não o uso de máscaras no ano passado? Temos que começar ouvindo a ciencia. Após isso, é inevitável não ouvir os três ex-ministros da Saúde do governo, porque foram gestores no decorrer do enfrentamento à pandemia ", afirmou o senador.
Em um ano, ocuparam a pasta Luiz Henrique Mandetta (DEM), Nelson Teich e Eduardo Pazuello, que deixou o ministério recentemente em meio ao colapso do sistema de saúde do país e à alta no número de mortes em decorrência da doença. Na avaliação de consultores do Senado, enquanto mapeiam os principais temas para serem investigados, senadores da oposição "ganham tempo" para que novos desdobramentos das ações praticadas pelo governo venham à tona.
Como foi o caso do Tribunal de Contas da União (TCU) que apontou omissões de Pazuello na gestão da pandemia. O relator da ação sobre a conduta da Saúde durante a crise, ministro Benjamin Zymler, disse que o general evitou assumir a liderança no enfrentamento à covid-19 no país. O TCU deve assessorar o Congresso Nacional durante os trabalhos da CPI.
Para o relator, Pazuello mudou o plano de contingência da pandemia para isentar o governo sobre o gerenciamento de medicamentos e insumos para o combate à infecção. "Em vez de expandir as ações para a assunção da centralidade da assistência farmacêutica e garantia de insumos necessários, o ministério excluiu, por meio de regulamento, as suas responsabilidades".
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), leu nesta 5ª feira (15.abr), em plenário, os nomes dos membros indicados que integrarão a CPI da Covid. Dos 11 titulares, sete são de oposição e "independentes" ao governo. Apenas quatro estão alinhados ao Palácio do Planalto: Ciro Nogueira (PP-PI), Marcos Rogério (DEM-RO), Eduardo Girão (Podemos-CE) e Jorginho Mello (PL-SC). A instalação deverá ocorrer na próxima 5ª feira (22.abr).
CPI
O ministro Luís Roberto Barroso determinou que o Senado instalasse uma CPI para investigar a atuação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na pandemia. A criação da CPI já contava com as assinaturas necessárias na Casa, mas vinha sendo protelada pelo presidente do Senado. A decisão monocrática de Barroso foi mantida pelo Plenário da Suprema Corte na 4ª feira (14.abr).
A instalação da CPI não agradou Bolsonaro que buscou ampliar o foco para incluir também governadores e prefeitos. No domingo (11.abr), o senador Jorge Kajuru divulgou uma conversa telefônica na qual o presidente pedia que fosse alterada "a amplitude" da comissão.
Na 3ª feira (13.abr), Pacheco leu em plenário o requerimento que oficializa a instalação da CPI. O colegiado investigará as ações do governo no combate à pandemia, além dos recursos federais encaminhados a estados e municípios. Isso porque Pacheco anexou ao ofício de Randolfe Rodrigues (Rede-AP) parte do requerimento protocolado pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que pedia a instalação de uma CPI para apuração da conduta dos governadores e dos prefeitos.
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