Congresso articula isolar Salles; ala ideológica é fio desencapado
Lideranças no Legislativo buscam defender o ministro Luiz Ramos, criticado por Ricardo Salles
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No dia anterior, Salles havia chamado Ramos de "Maria Fofoca" por conta de uma reportagem do jornal O Globo que noticiava supostas tensões entre o titular do Meio Ambiente e os militares que fazem parte do governo. Maia respondeu na manhã de sábado, dizendo que Salles, "não satisfeito em destruir o meio ambiente do Brasil, agora resolveu destruir o próprio governo". Foi seguido pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que afirmou que o comentário de Salles "apequena o governo".
As frases refletem a estratégia das lideranças no Congresso que dialogam com o governo: colocar panos quentes na questão, declarando apoio ao general Ramos e preservando o canal de diálogo com o Planalto. Ao SBT News, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que a situação não deve evoluir. "O ministro da articulação é o Ramos e todos saíram em defesa do Ramos, então não vejo nenhum tipo de problema", disse. "O que mostra que a articulação política está sendo reconhecida pelo Congresso", completou.
"O presidente já deve ter recebido a ligação dos dois ministros e já sabe bem a situação", afirmou Barros. "Como não anunciou nenhuma medida, provavelmente fica tudo como está e é o que nos interessa. Botar panos quentes e encerrar o episódio."
O próprio Ricardo Salles deu a entender que não vai responder publicamente às críticas de Maia e Alcolumbre. Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, disse: "Para mim, este assunto está encerrado"
CASO INFLAMA REDES BOLSONARISTAS
A rixa entre os ministros - depois, com a participação de Rodrigo Maia -, no entanto, teve propagação nas redes sociais. A discussão serviu para inflamar os grupos bolsonaristas nas redes sociais, que saíram em defesa de Salles e em crítica de Maia.
Às 19h, o nome de Rodrigo Maia ainda estava nos trending topics do Twitter - lista de assuntos preparada pela rede indicando termos mais discutidos nas últimas horas. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, foi um dos que fez comentário contra o presidente da Câmara.
Perguntar não ofende: como seriam as reações se o Presidente Bolsonaro resolvesse criticar publicamente membros do Congresso ou do STF? Seria acusado de interferir em outros poderes e causar crise institucional, certo? Pois é. pic.twitter.com/rlKoOyVxNM
? Eduardo Bolsonaro?? (@BolsonaroSP) October 24, 2020
A chamada ala ideológica do governo, antes identificada com os seguidores do escritor Olavo de Carvalho, tem perdido espaço no Planalto, que ultimamente busca construir uma base para a aprovação de projetos a partir da proximidade com o Centrão - grupo de partidos de orientação ideológica pouco definida.
Leia abaixo mais manifestações de apoiadores do presidente em crítica a Rodrigo Maia.
Maia segue interferindo no executivo e atacando a instituição Gov. Federal. Isso é grave vindo do presidente da câmara. Essa postura, de ataques baixos, é uma constante desde 2019. Maia jamais foi o moderado propagado, mas sim um oportunista que espera a pior hora para atacar. pic.twitter.com/Xbyyweuf2o
? Filipe Barros (@filipebarrost) October 24, 2020
Maia e Alcolumbre em defesa do @MinLuizRamos de um lado, enquanto @rsallesmma e Paulo Guedes estão querendo trabalhar. O que você não entendeu ainda?
? Allan Dos Santos ???? (@allanldsantos) October 24, 2020
Não chamo de FakeNews pq,ao contrário do q dizem por aí,opinião não é notícia,mas pode ser tendenciosa,deselegante e inoportuna.Dizer q o ministro @rsallesmma destrói o meio ambiente é narrativa mentirosa e acusar-lhe d querer destruir o governo é intriga incompatível c/seu cargo
? Bia Kicis (@Biakicis) October 24, 2020