Renan Calheiros volta ao jogo político
Senador se aproxima do governo Bolsonaro e empresta a habilidade política que pratica desde Collor
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Afastado das grandes articulações nacionais desde o início do governo de Jair Bolsonaro, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) voltou nesta semana a movimentar peças decisivas do xadrez da República. Foi dele a negociação para colocar na mesma mesa os desafetos públicos Paulo Guedes, ministro da Economia, e Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, que sequer se falavam e trocavam ofensas pessoais pela imprensa. Na noite desta 2ª feira (5.out), Maia e Guedes jantaram juntos. Mas o arranjo que culminou neste encontro começou semanas antes.
Renan não tem trânsito com Bolsonaro, mas há algumas semanas vem se aproximando cada vez mais de parlamentares ligados ao presidente, como o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), com quem já tinha boa relação. Ele também tem conversado cada vez mais com alguns ministros de Estado mais afeitos às tratativas políticas. Como se dá bem com Rodrigo Maia, teve a ideia de tentar pacificar o imbróglio com Guedes. E dividiu esse desejo com a senadora Kátia Abreu (PP-TO) , que, apesar de ter sido ministra da ex-presidente Dilma Rousseff, goza de prestígio entre os agentes políticos - inclusive bolsonaristas - e topou compartilhar as articulações. Teve até jantar, dias antes, na casa de Kátia para amarrar a pacificação desta semana.
Maia foi sondado e prontamente demonstrou que toparia o encontro. O combinado era que se tratasse de uma espécie de homenagem para tranquilizar e agradar Paulo Guedes. Com décadas de experiência com os rapapés da política e em aparar arestas, Renan propôs essa deferência ao chefe da Economia para que fosse mais fácil a adesão de Guedes e que este comparecesse com o espírito desarmado.
Mas Renan não queria um jantar para que bebessem, fumassem e lavassem roupas sujas. Orquestrou dar peso institucional ao encontro e, para isso, resolveu incluir integrantes do Tribunal de Contas da União (TCU) no convescote. Simbolicamente, quis demonstrar que tudo o que Executivo e Legislativo conversassem sobre financiamento do programa Renda Cidadã estaria sob a égide do TCU, o guardião que zela pela responsabilidade fiscal do governo.
Não por acaso, o local do jantar foi escolhido cirurgicamente: o apartamento de Bruno Dantas, ministro do TCU.
Desde a eleição de Fernando Collor de Melo, em 1989, de quem foi assessor, Renan Calheiros sempre participa de momentos decisivos da política nacional. Senador da República desde 1995 até a atualidade, ele presidiu o Senado em três ocasiões: de 2005 a 2007, de 2013 a 2015 e de 2015 a 2017. Foi ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso, foi essencial para ajudar a garantir a governabilidade durante os 8 anos de governo Lula, ajudou Dilma enquanto ela era forte e, quando ela jazia no leito do impeachment, propôs um plano para salvá-la que só não vingou por falta de acordo com a petista. Ele foi relator do projeto do programa Bolsa Família, foi autor da Lei dos Precatórios, promulgou a Emenda à Constituição do teto de gastos e se sente gabaritado para influenciar as discussões do Renda Cidadã.
Renan esteve envolvido em dezenas de polêmicas. Chegou a renunciar à presidência do Senado, em meio ao escândalo causado pelas denúncias de corrupção feitas por uma ex-amante. Chegou a acumular 12 inquéritos para investigar suspeitas de corrupção. Tornou-se réu. Mas sempre caiu e levantou. Depois de um tempo voando abaixo do radar, nesta 2ª feira voltou a bater asas e a distribuir cartas na República. A conferir se trata-se de um voo de galinha ou de águia, como nos velhos tempos.
Renan não tem trânsito com Bolsonaro, mas há algumas semanas vem se aproximando cada vez mais de parlamentares ligados ao presidente, como o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), com quem já tinha boa relação. Ele também tem conversado cada vez mais com alguns ministros de Estado mais afeitos às tratativas políticas. Como se dá bem com Rodrigo Maia, teve a ideia de tentar pacificar o imbróglio com Guedes. E dividiu esse desejo com a senadora Kátia Abreu (PP-TO) , que, apesar de ter sido ministra da ex-presidente Dilma Rousseff, goza de prestígio entre os agentes políticos - inclusive bolsonaristas - e topou compartilhar as articulações. Teve até jantar, dias antes, na casa de Kátia para amarrar a pacificação desta semana.
Maia foi sondado e prontamente demonstrou que toparia o encontro. O combinado era que se tratasse de uma espécie de homenagem para tranquilizar e agradar Paulo Guedes. Com décadas de experiência com os rapapés da política e em aparar arestas, Renan propôs essa deferência ao chefe da Economia para que fosse mais fácil a adesão de Guedes e que este comparecesse com o espírito desarmado.
Mas Renan não queria um jantar para que bebessem, fumassem e lavassem roupas sujas. Orquestrou dar peso institucional ao encontro e, para isso, resolveu incluir integrantes do Tribunal de Contas da União (TCU) no convescote. Simbolicamente, quis demonstrar que tudo o que Executivo e Legislativo conversassem sobre financiamento do programa Renda Cidadã estaria sob a égide do TCU, o guardião que zela pela responsabilidade fiscal do governo.
Não por acaso, o local do jantar foi escolhido cirurgicamente: o apartamento de Bruno Dantas, ministro do TCU.
Desde a eleição de Fernando Collor de Melo, em 1989, de quem foi assessor, Renan Calheiros sempre participa de momentos decisivos da política nacional. Senador da República desde 1995 até a atualidade, ele presidiu o Senado em três ocasiões: de 2005 a 2007, de 2013 a 2015 e de 2015 a 2017. Foi ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso, foi essencial para ajudar a garantir a governabilidade durante os 8 anos de governo Lula, ajudou Dilma enquanto ela era forte e, quando ela jazia no leito do impeachment, propôs um plano para salvá-la que só não vingou por falta de acordo com a petista. Ele foi relator do projeto do programa Bolsa Família, foi autor da Lei dos Precatórios, promulgou a Emenda à Constituição do teto de gastos e se sente gabaritado para influenciar as discussões do Renda Cidadã.
Renan esteve envolvido em dezenas de polêmicas. Chegou a renunciar à presidência do Senado, em meio ao escândalo causado pelas denúncias de corrupção feitas por uma ex-amante. Chegou a acumular 12 inquéritos para investigar suspeitas de corrupção. Tornou-se réu. Mas sempre caiu e levantou. Depois de um tempo voando abaixo do radar, nesta 2ª feira voltou a bater asas e a distribuir cartas na República. A conferir se trata-se de um voo de galinha ou de águia, como nos velhos tempos.
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