Publicidade

ENGANOSO: Janja defendeu regulamentação, e não taxação de dinheiro ganho nas redes sociais

Confira a verificação realizada pelos jornalistas integrantes do Projeto Comprova

ENGANOSO: Janja defendeu regulamentação, e não taxação de dinheiro ganho nas redes sociais
Janja defendeu regulamentação, e não taxação de dinheiro ganho nas redes sociais | Projeto Comprova
Publicidade

ENGANOSO: Uma entrevista em que a primeira-dama Janja defende a regulamentação de redes sociais foi tirada de contexto. Diferentemente do que afirmam vídeos no TikTok, ela não sugeriu taxar a monetização de criadores de conteúdo.


Conteúdo investigado: Vídeos em que criadores de conteúdo afirmam que Janja pretende taxar a monetização de perfis nas redes sociais.

Onde foi publicado: TikTok.

Saiba mais:
>> Acesse o SBT Comprova
>> Acesse as verificações e informações do SBT News De Fato
>> Leia as últimas notícias no portal SBT News

Conclusão do Comprova: Vídeos tiraram de contexto uma fala de Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, para afirmar que a primeira-dama defende a taxação de dinheiro ganho nas redes sociais. Os vídeos usam trecho de uma entrevista que ela concedeu em 19 de dezembro de 2023, durante a 22ª edição da live semanal “Conversa com o Presidente”, em Brasília.

Ao acessar a entrevista na íntegra, é possível verificar que a primeira-dama pondera sobre a regulamentação dessas plataformas e defende uma rediscussão sobre a monetização das redes sociais, não a taxação. À época, Janja havia sofrido um ataque hacker na rede social X.

“A gente precisa não só da regularização das redes, mas a gente precisa discutir a monetização dessas redes sociais, porque, hoje, não importa se é do bem ou do mal. Eles ganhando dinheiro está tudo bem, né? As redes sociais hoje eu falo: ‘eles estão acima de qualquer coisa, acima de regras, acima do famoso mercado’. Então, eles estão lá flanando”, avalia Janja.

Na entrevista, Janja não detalhou o que considera importante mudar na monetização das redes sociais.

Procurada, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) do Palácio do Planalto informou que mantém o posicionamento veiculado em 24 de novembro de 2023, no qual afirma que “é falso que o governo federal tenha projeto para taxar influenciadores”.

O Comprova também direcionou a demanda à assessoria de comunicação da primeira-dama, que afirmou que a fala foi tirada de contexto. “Ela foi feita logo após a Janja ter o perfil do Twitter (atual X) hackeado no final do ano passado. Ela estava falando sobre a responsabilização das plataformas, que seguem lucrando em cima do ódio e da misoginia”, reforçou.

Além disso, a reportagem contatou influenciadores que compartilharam o conteúdo enganoso, mas não houve retorno até a publicação desta checagem.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

O que está em discussão sobre taxação de plataformas

Tramita no Congresso Federal o Projeto de Lei 8.889 (PL 8.889/2017), também chamado de PL dos Streamings, que prevê uma contribuição progressiva das empresas de streaming e de plataformas de conteúdo. Portanto, a legislação não deve se aplicar a criadores de conteúdo.

O projeto, de autoria de Paulo Teixeira (PT), atual ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura, prevê cotas de conteúdo nacional nas plataformas de audiovisual por demanda (video on demand – VoD), como Netflix e Vimeo, por exemplo. O PL prevê, ainda, o pagamento da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine).

Em maio deste ano, o relator do projeto de lei, André Figueiredo (PDT-CE), divulgou parecer sobre o texto, com previsão de que a contribuição deve ser cobrada com base no faturamento das plataformas, com alíquota máxima de 6% sobre a receita bruta.

No entanto, o imposto pode ser reduzido pela metade se a empresa aplicar o valor em conteúdos brasileiros. A regra vale também para provedores de TV por aplicação de internet e plataformas de compartilhamento de conteúdo, como o YouTube.

Para empresas que têm ao menos 50% do catálogo composto por conteúdos nacionais, o valor da alíquota cairá para 3%, podendo ser zerada se os provedores investirem esse valor em produções do país, capacitação de mão de obra do Brasil e implantação de infraestrutura para o mercado nacional.

Vale destacar que o texto do projeto não menciona taxação a usuários de redes sociais, como mostrou uma checagem do Comprova. Em nota, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal se manifestou sobre o PL 8.889/2017 destacando que a proposta não faz menção aos usuários, nem na condição de audiência e nem como produtores de conteúdo.

Regra vigente

Atualmente, o Brasil não possui uma legislação específica para regular as redes sociais. No entanto, o Marco Civil da Internet (2014) estabelece diretrizes para o uso da internet no país, e inclui princípios relacionados à privacidade, liberdade de expressão e neutralidade da rede.

Além disso, há a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), implementada em 2020, que não é exclusiva para as redes sociais, mas define regras para o tratamento de dados pessoais, o que afeta diretamente as plataformas em relação à coleta, armazenamento e compartilhamento de informações dos usuários.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 14 de agosto, três vídeos no TikTok que abordam o tema somavam 142.3 mil visualizações.

Fontes que consultamos: Live em que Janja fala sobre regulamentação de redes sociais e assessorias do Palácio do Planalto e da primeira-dama.

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: Outras iniciativas de checagem verificaram que é enganoso que haja algum projeto de lei em tramitação para taxar o uso de redes sociais, como o Estadão Verifica. Janja foi mencionada em outro conteúdo verificado pelo Comprova, que mentia ao afirmar que Rebeca Andrade teria se recusado a tirar foto com ela e Lula.

 

Investigação e verificação

Tribuna do Norte, Metrópoles e O Povo participaram desta investigação e a sua verificação, pelo processo de crosscheck, foi realizada pelos veículos Nexo, NSC, SBT, SBT News, Imirante.com, A Gazeta, O Popular e Estadão.

Esta reportagem foi elaborada por jornalistas do Projeto Comprova, grupo formado por 42 veículos de imprensa brasileiros, para combater a desinformação. Iniciado em 2018, o Comprova monitorou e desmentiu boatos e rumores relacionados à eleição presidencial. Na quinta fase, o Comprova verifica conteúdos suspeitos sobre políticas públicas do governo federal e eleições, além de continuar investigando boatos sobre a pandemia de covid-19. O SBT SBT News fazem parte dessa aliança.

Desconfiou da informação recebida? Envie sua denúncia, dúvida ou boato pelo WhatsApp 11 97045 4984.

 

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

Comprova
Enganoso
Janja Lula
Verificação
Redes Sociais
Taxação
imposto

Últimas notícias

Receita Federal realizará leilão de câmeras, celulares e joias com valores a partir de R$ 10; veja lista

Receita Federal realizará leilão de câmeras, celulares e joias com valores a partir de R$ 10; veja lista

O leilão ocorrerá de forma online entre os dias 22 e 28 de agosto
Quais os próximos passos do "Enem dos concursos"? Relembre cronograma do Concurso Nacional Unificado

Quais os próximos passos do "Enem dos concursos"? Relembre cronograma do Concurso Nacional Unificado

Gabarito oficial preliminar será divulgado nesta terça (20); abstenção ficou entre 52% e 53%, segundo governo federal
Funcionário morre após ficar preso em câmara de congelados

Funcionário morre após ficar preso em câmara de congelados

Enormes prateleiras de empresa alimentícia em Embu das Artes (SP) desabaram, bloqueando saída do local, que estava a 18°C negativos
Superiate de luxo afunda na Itália e deixa 1 morto e 6 desaparecidos

Superiate de luxo afunda na Itália e deixa 1 morto e 6 desaparecidos

A mídia local relatou que uma forte tempestade, com trombas d'água, atingiu a área durante a noite
Mulher desmaia após ser agredida por segurança de boate no RJ

Mulher desmaia após ser agredida por segurança de boate no RJ

Crime foi registrado em Nova Iguaçu; autor da agressão chutou rosto da vítima
Família é atropelada por motorista com sinais de embriaguez

Família é atropelada por motorista com sinais de embriaguez

Caso foi registrado na região do Jabaquara, zona sul de SP; vítimas foram arremessadas com o impacto
Quatro morrem em ataque a tiros em bar do Rio de Janeiro

Quatro morrem em ataque a tiros em bar do Rio de Janeiro

Outras duas pessoas foram baleadas, com uma em estado crítico; crime foi registrado na Praça Sete, em Vila Isabel
Kamala Harris passa Donald Trump e se torna favorita a presidência nas casas de aposta

Kamala Harris passa Donald Trump e se torna favorita a presidência nas casas de aposta

Além das principais pesquisas de intenção de voto nos EUA indicarem uma leve tendência para a Harris, as casas de aposta também mostram ligeiro favoritismo
Brasil Agora: Silvio Santos e o legado eterno de um ícone da televisão brasileira

Brasil Agora: Silvio Santos e o legado eterno de um ícone da televisão brasileira

Confira essas e outras notícias que serão destaque nesta segunda-feira (19)
Ex-funcionário saudita acusa príncipe de falsificar assinatura do pai para iniciar guerra no Iêmen

Ex-funcionário saudita acusa príncipe de falsificar assinatura do pai para iniciar guerra no Iêmen

Acusação surge enquanto o príncipe Mohammed atua como líder de fato da Arábia Saudita, frequentemente representando seu pai, o rei Salman
Publicidade
Publicidade