PM vai substituir bala de borracha por 'Bean bag' em São Paulo
Munição considerada menos letal já começou a ser usada

SBT News
A Polícia Militar de São Paulo começou a utilizar um novo tipo de munição para enfrentar manifestantes: a 'bean bag' -- em português, saco de feijão --, considerada menos letal. A nova bala diminui o risco de ferimentos graves em ações policiais para conter protesto, como os que marcaram a história do país, em junho de 2013.
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Além do susto do barulho, um tiro de bala de borracha pode ter consequências graves. Há 10 anos, durante os protestos contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo, que geraram manifestações por todo o país, pessoas ficaram feridas -- em alguns casos, chegaram a perder a visão.
Para evitar que casos como esse se repitam, a Polícia Militar já começou a substituir as balas de borracha pelas 'bean bags': são esferas de metal, que ficam dentro de saquinhos e ficam guardadas num cartucho.
"Ele é acondicionado dentro desse cartucho. Esse cartucho é colocado dentro de uma arma calibre 12. [...] Aqui na espoleta ele faz o disparo saindo somente o saquinho pra poder atingir essa pessoa que esta na turba na manifestação", explica o especialista em segurança, Edymar Bueno.
Um tiro com bala de borracha só deve ser disparado a uma distância mínima de 20 metros do alvo. Com a 'bean bag' ou munição de feijão, como é chamada, o policial pode estar a 10 metros. Segundo especialistas, apesar do menor potencial ofensivo, o PM deve mirar abaixo da linha do pescoço e deve passar por treinamento. "No treinamento você vai saber a distância e o desenvolvimento desse projétil. Como que ele tá atingindo e quando você for executar, você vai usar apenas a sua coordenação motora, os seus instintos de fato que você treinou. Você consegue executar com melhor qualidade", afirma Bueno.
A 'bean bag' já é utilizada nos Estados Unidos, Colômbia, México, Canadá, Hungria e Hong Kong. Mas, apesar de menos letal, caso atinja a cabeça, o tiro pode causar estragos:
"Se você direcionar em uma curta distância um disparo, por exemplo, no olho, vai ter uma lesão inclusive permanente do órgão dessa pessoa", conta o especialista.
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