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Sete mulheres sofrem violência psicológica por dia em São Paulo

Crime foi incluído no Código Penal há quase dois anos, mas vítimas ainda têm dificuldade para denunciar

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Todos os dias, em média, sete mulheres sofrem violência psicológica no estado de São Paulo. Um crime que foi incluído no Código Penal há quase dois anos, mas que muitas vítimas ainda têm dificuldade para denunciar.

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Durante a gravidez, quando mais precisava de apoio, essa mulher se sentia ameaçada: "era muito xingamento, muita discussão assim a flor da pele, estar num lar que eu não me sentia segura, com uma pessoa que me dava um prato de comida e jogava na cara na sequência, usava aquilo pra magoar". 

10 anos se passaram e ela ainda se lembra de cada palavra. A jovem não sabia, mas era vítima de um crime. A violência psicológica contra a mulher acontece quando há dano emocional, ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem ou ridicularização. A pena para o agressor é de seis meses a dois anos de reclusão, mais multa.

Dados levantados pelo SBT Brasil, por meio da Lei de Acesso à Informação, mostram que nos dois primeiros meses deste ano os casos aumentaram 22% no estado de São Paulo. Foram 395 ocorrências, uma média de 6,8 por dia. No mesmo período de 2022, foram 322 casos (5,3 por dia). Em 2022, foram 1.971.

"Ainda em 2023 o grande problema está na prova. É aquele crime que ocorre ali na residência, entre quatro paredes, e, em geral, esse agressor não vai praticar a violência psicológica na frente de outras pessoas que não a vítima", afirma a advogada Fabiana Alves.

A violência psicológica é mais comum do que se imagina e uma das maiores dificuldades é a própria mulher se reconhecer como vítima para denunciar. As feridas não deixam marcas visíveis aos olhos dos outros, mas muitas vezes esse tipo de crime precede agressões físicas, sexuais ou, pior, acaba em feminicídio.

A associação de assistência social Legião da Boa Vontade criou o programa "Ser Mulher", que acolhe e orienta vítimas. Elas estão em todos os cantos do país e os atendimentos são feitos por videochamadas.

"Depois da quarentena, mais ou menos aí pra 2022, as mulheres começaram a procurar mais ajuda psicológica em relação aos seus relacionamentos abusivos. Elas começaram a ter mais consciência da situação em que elas estavam inseridas", afirma a Isabella Coelho Rodrigues.

A jovem que conversou com a nossa equipe encontrou na terapia a melhor forma de aceitar o passado para mudar o futuro: "o caminho que carrega a gente até a vitória é muito doloroso, quando a gente é sozinho e deixa cicatrizes". 

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