Atos golpistas: Gonçalves Dias diz à PF que fez "gerenciamento de crise"
General negou ter dado ordem para evacuar os invasores do prédios
Pablo Lemos
O governo e a oposição se preparam para o debate no Congresso sobre os atos de 8 de janeiro. Na próxima 4ª feira (26.jan), será feita a leitura do requerimento para instalação da CPMI. No depoimento à Polícia Federal, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias, disse que não deu voz de prisão a invasores do Planalto porque estava fazendo "gerenciamento de crise".
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O presidente em exercício foi ao Palácio do Planalto acompanhado pela família, neste sábado (22.abr). Geraldo Alckmin falou rapidamente sobre a saída do general Gonçalves Dias, causada pelo vazamento de vídeos em que o então chefe do GSI aparece no Palácio do Planalto durante a invasão de 8 de janeiro. "Eu acho que o G. Dias fez o correto, que foi pedir demissão. Ele explicou que naquele momento havia dificuldades no comando".
No depoimento de cerca de 5h que prestou à Polícia Federal na 6ª feira (21.abr), em Brasília, o ex-ministro do GSI falou sobre a atuação dele no dia 8 de janeiro. Ele conta que, ao perceber a ineficiência das forças de segurança para conter os ânimos exaltados e ações criminosas de alguns manifestantes, solicitou reforço do Comando Militar do Planalto por volta das 14h50.
O ex-ministro deu mais detalhes dizendo que é possível ter entrado no Palácio do Planalto às 16h e, ao entrar no prédio, foi direto para o 4º andar e viu que havia invasores sendo retirados por agentes do GSI. Ao descer para o 3º andar, fez uma varredura e encontrou outros invasores na sala contígua e que conduziu essas pessoas à saída.
Ao ser questionado sobre por que conduziu as pessoas e não as prendeu, disse que estava fazendo um "gerenciamento de crise" e que esses invasores seriam presos pelos agentes de segurança no 2º andar, e que não tinha condições materiais de, sozinho, prender as três pessoas ou mais que encontrou no local.
O general negou ter dado ordem para evacuar os invasores do prédio, mas disse que se, por ventura, algum de seus subordinados deu essa ordem, não foi de conhecimento dele, que a ordem era de prisão.
O vazamento de vídeos alterou os ânimos em relação à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre os atos de 8 de janeiro. O próximo passo será a leitura do requerimento em sessão no Congresso, previsa para o dia 26. O governo, que era contra, agora quer aprofundar as investigações. Já a posição quer aproveitar a polêmica criada e causar mais embaraços ao governo.
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