RS: polícia conclui que Alexandra Dougokenski também assassinou marido
Ela foi condenada há mais de 30 anos de prisão pela morte do próprio filho, Rafael Winques, em maio de 2020
Luciane Kohlmann
A Polícia do Rio Grande do Sul concluiu que Alexandra Dougokenski, condenada pelo assassinato do próprio filho, Rafael Winques, também matou o primeiro marido, há 16 anos.
O caso, até então, era tratado como suicídio. Em novo depoimento à polícia, Alexandre reforçou a tese de que o companheiro teria tirado a própria vida. "Quando eu abri a porta, eu me deparei com ele. Ele estava pendura. E aí, a minha reação no momento foi correr, pegar alguma coisa para cortar a corda. No que eu cortei a corda, ele caiu", ela relatou.
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José Dougokenski foi encontrado morto em fevereiro de 2007, em Farroupilha, onde morava com Alexandre e o filho do casal. Naquele ano, a polícia concluiu que se tratava de suicídio.
Treze anos depois, a mulher foi acusada de matar o filho do segundo casamento. Rafael Winques, de 11 anos, morreu estrangulado, em Planalto. Foi quando o processo de José Dougokenski foi desarquivado.
"Dá um alívio, porque a gente ficou sabendo certo, né? Descobriu como que foi, que não foi ele mesmo que tirou a própria vida", afirma a irmã de José, Neli Josefovis.
Alexandra foi condenada a mais de 30 anos pela morte do filho. "Depois do que aconteceu com o Rafaelzinho, aí veio tudo. Aí nós dissemos, foi por 100%, é ela", acrescentou Neli.
O novo laudo pericial constatou que a versão de Alexandra é falsa, pois o natural seria o corpo cair entre o guarda-roupas e o roupeiro, e não na porta. "Eu não arrastei, só endireitei", ela justificou à polícia.
A investigação destacou também as semelhanças da morte de José com a de Rafael, ambas com corda de Nylon e com o mesmo tipo de nó.
Em depoimento, Rodrigo Winques, pai de Rafael, disse que Alexandra confessou ter matado o primeiro marido porque ele bebia e incomodava. A mulher ainda teria contado que "pegou uma foice, quebrou um forro da casa, passou uma corda na tesoura de madeira, amarrou no pescoço de José, que estava totalmente embriagado, e foi para o outro quarto com a criança".
Apesar da nova investigação descartar o suicídio, Alexandra não será indiciada, já que o crime prescreveu em 2017. "A gente ficou bem abalado, porque não tem como cobrar dela agora, né? Mas, vamos fazer o que? Vamos esperar a justiça de Deus agora, né", lamenta a irmã de José.
A defesa afirma que ela não tinha motivos para matar José, e que a investigação na época já concluiu que o marido havia tirado a própria vida.
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