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Maioria dos remédios eficazes contra a covid-19 não foram incorporados ao SUS

País vive alta de casos e de internações por conta da doença; medicamento custam cerca de R$ 30 mil

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internação por covid em hospital
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Enquanto os casos de covid-19 voltam a crescer em todo o Brasil, a maioria dos remédios comprovadamente eficazes contra a doença ainda não foi incorporada ao SUS.

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Muita gente admite que cansou das máscaras, mas o aumento de casos de contaminação e de internações em UTI justificou a recomendação do governo de São Paulo para o uso em situações de maior risco, como transporte público.

Para idosos e pessoas com comorbidade, a recomendação é ainda mais ampla, porque são os indivíduos mais vulneráveis, assim como os com o sistema imunológico debilitado, por exemplo, quem está em tratamento contra o câncer. São alvo de maior preocupação porque mesmo com todas as doses das vacinas, o organismo dessas pessoas não cria defesa de forma ideal contra o coronavírus e possuem maior risco de evoluir para as formas graves da covid.

Já há inclusive medicações específicas para elas quando são contaminadas, desde que possam pagar. Esses remédios, sim, podem ser chamados de tratamento precoce, porque são dados antes que o doente fique grave, nos primeiros cinco dias de sintomas, como explica a infectologista Mirian Dal Nen, do Hospital Sírio Libanês: 

"A gente tem os medicamentos chamados de antivirais,  que agem combatendo o vírus de frente e impedindo que o vírus se multiplique, e a gente tem os medicamentos chamados de anticorpos monoclonais, que imitam os anticorpos que o nosso corpo, por exemplo, quando tem a doença, ou quando toma a vacina, eles são imitados em laboratório e vão combater o vírus também", diz.

Mayr Ricardo Camazano foi voluntário quando um dos remédios, o remdesivir, ainda estava em fase de testes: "a partir do dia seguinte já percebi uma melhora considerável, baseado no meu processo de respiração e também na baixa da minha febre. Nos primeiros dias, o sentimento que você tem é que não vai voltar para casa. No meio tratamento eu já tinha total certeza que eu ia sair dali bem".

Ambos são injetáveis, de uso em hospital, e por enquanto apenas os privados têm. Custam em torno de R$ 30 mil. A maioria dos planos não cobre e nem o SUS, o que precisa mudar urgentemente, na opinião do presidente do departamento científico de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria.

"É fundamental que nós incorporemos, através do Ministério da Saúde, essas políticas de tratamento da covid-19", diz Renato Kfouri.

Outras duas drogas com o mesmo efeito, e o melhor, em comprimidos, também já foram autorizadas pela Anvisa, mas os laboratórios ainda estão em negociação para vender nas farmácias e fornecer ao SUS.

O Ministério da Saúde afirmou que recebeu o primeiro lote do medicamento paxlovid em setembro, e que começou a distribuir no mês passado. Disse, ainda, que os demais medicamentos estarão disponíveis em breve.

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