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SP: operação investiga extorsões e ilícitos na Feirinha da Madrugada

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em apartamento de ex-dirigente do São Caetano, investigado no esquema

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Montagem de fotos com policiais em sala e, à esquerda, fachada de prédio
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A Polícia Civil deflagrou na manhã de 2ª feira (15.ago) a segunda fase da Operação Hades, nas cidades de São Paulo e São Caetano do Sul, com o objetivo de reprimir atividades de organizações criminosas na "Feirinha da Madrugada", no bairro do Brás, centro da capital paulista. 

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Segundo as investigações, comerciantes eram intimidados, incluindo o emprego de violência. Os alvos dos mandados teriam relações com as facções.

No mandado cumprido em São Caetano, as equipes foram à casa de Nairo de Souza, ex-presidente do São Caetano Futebol Clube. De acordo com as investigações, Nairo tem relações com Manoel Sabino, dirigente do clube preso em maio por suspeita de lavagem de dinheiro envolvendo a "Feirinha da Madrugada"

Segundo o delegado Roberto Monteiro, Sabino "é líder de um dos núcleos da organização criminosa que explora o circuito das compras" e que ele "se tornou o dono do clube, praticamente. O Nairo de Souza se afastou e o Sabino é o dono", afirmou. O grupo criminoso teria lavado cerca de R$ 500 milhões.

De acordo com Monteiro, o dinheiro ilícito seria usado para o pagamento de jogadores e contas do clube. "Uma imagem muito forte que foi veiculada mostra o Sabino em torno de uma mesa com R$ 400 mil e uma arma, dizendo que o dinheiro viria para o São Caetano e que a arma seria o 'VAR', se alguém fizesse alguma coisa errada, aquela pistola seria o 'VAR' dessa relação entre ele com o time", afirmou o delegado.  

Manoel Sabino está em prisão domiciliar por conta de sequelas da covid-19. A companheira de Sabino, Francielle Gonçalves, também foi presa na época, mas está em lilberdade provisória por ter filhos pequenos. Segundo o delegado, ela é dona da loja Azulão, relacionada ao clube de futebol. Ainda segundo Monteiro, Nairo de Souza também tem box na Feira da Madrugada. Centenas de documentos foram apreendidos na loja, lotando o porta-malas de uma viatura. No centro da capital, foram quase dois caminhões com documentação apreendida.

"O foco da investigação é a relação do Nairo com o Sabino, e também dessa negociação realizada entre o São Caetano com o Sabino", disse. Monteiro pontuou que a organização criminosa "faturava R$ 1,5 milhão por semana no Brás" e que o dinheiro teria sido usado para adquirir o clube. "O próprio Nairo confirmou que o Sabino se tornou dono de um time de futebol", afirmou o delegado. 

Na época da prisão de Sabino, o São Caetano afirmou "que a operação realizada pela Polícia Civil não tem nenhuma ligação com o clube de futebol e que segundo os advogados do presidente Sabino trata-se de uma ação contra irregularidades na feira de rua do Brás e não do Circuito de Compras, onde ele é um dos responsáveis".  

Já o Circuito de Compras, em contato com o SBT News quando da prisão, afirmou que Manuel Sabino Neto "não faz parte do quadro de colaboradores da empresa como vem sendo divulgado pela imprensa nos últimos dias e também não é e nem nunca foi gestor ou responsável pelo Circuito de Compras". 

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