Após UE e ONU, chefe da Otan culpa Putin por crise alimentar global
Invasão russa na Ucrânia resultou no bloqueio de portos e navios para exportações
Camila Stucaluc
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, responsabilizou, nesta 5ª feira (30.jun), a Rússia pela crise alimentar global. Segundo ele, o cenário preocupante de insegurança alimentar foi provocado pela invasão militar na Ucrânia, que continua com as exportações de cereais bloqueadas.
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"A crise alimentar global é um resultado direto da invasão russa da Ucrânia. Os preços dos alimentos estão a atingir máximos recordes e muitos países dependem da Ucrânia para importações substanciais de trigo e outros alimentos", afirmou Stoltenberg, assegurando o empenho dos países-membros para encontrar soluções e retomar o transporte de grãos.
O diplomata reforçou que o fim da guerra na Ucrânia pode impedir a crise alimentar, mas insistiu que a decisão está nas mãos do presidente russo, Vladimir Putin. "O presidente Putin deve retirar as suas forças e pôr imediatamente fim a esta guerra, pondo fim ao ataque a uma nação democrática e soberana que está a causar tanto sofrimento na Ucrânia", disse.
A crise de insegurança alimentar atual também já foi criticada por membros da Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Europeia. Além da escassez, que prejudica sobretudo países do continente africano, a falta de exportações está fazendo com que o preço dos alimentos sofra um aumento significativo no mercado global.
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De acordo com levantamentos da ONU, o valor cobrado pelo trigo, por exemplo, cresceu 56,2% em um ano, enquanto o preço referente aos óleos vegetais registrou alta de 3,5% em maio. Para auxiliar os países, a Comissão Europeia e o G7, grupo que reúne as sete principais economias do mundo, anunciaram pacotes financeiros bilionários, mas que devem suprir as necessidades apenas a curto prazo.