Médica grava horrores da guerra na Ucrânia antes de desaparecer
Yuliia Paievska registrou a sua rotina em um hospital de Mariupol durante duas semanas de bombardeio

SBT News
Imagens gravadas por uma médica ucraniana enviadas à agência de notícia Associated Press mostram os momentos de tensão e as várias tragédias que acometeram a cidade portuária de Mariupol, na Ucrânia, ao longo de duas semanas de intenso bombardeio russo. Nos vídeos, Yuliia Paievska, e sua equipe trabalham de forma frenética para salvar civis, soldados ucranianos, e até mesmo soldados russos capturados.
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De acordo com a Associated Press, 256 gigabites de gravações foram registradas por uma câmera corporal e salvas em um cartão de memória de poucos centimetros. O material foi entregue para dois jornalistas da agência quando eles estavam prestes a deixar a cidade, em 15 de maio, data em que Rússia e Ucrânia abriram um corredor humanitário para civis. O cartão estava dentro de um absorvente.
Em 16 de maio, Yuliia Paievska foi detida com o seu motorista, e está desaparecida desde então. A Rússia afirma que ela é integrante do Batalhão Avoz, organização paramilitar de extrema-direita, aliada a Guarda Nacional da Ucrânia.
O destino da médica assume um novo significado agora que os últimos soldados ucranianos em Mariupol são evacuados para territórios russos, no que a Rússia chama de rendição em massa e a Ucrânia chama de missão cumprida. A Rússia diz que mais de 1.700 combatentes ucranianos se renderam desde 2ªfeira (16.mai), trazendo uma nova atenção ao tratamento dos prisioneiros.
O governo da Ucrânia afirma que tentou adicionar o nome de Taira a uma troca de prisioneiros semanas atrás, mas a Rússia nega estar com ela, apesar sua aparição nas redes de televisão da região separatista de Donetsk e na rede russa NTV, algemada e com o rosto machucado.
A médico de 53 anos foi membro dos Jogos Invictus da Ucrânia para veteranos militares e a pessoa que treinou a força médica voluntária do país. O vídeo é um registro íntimo de 6 de fevereiro a 10 de março de uma cidade sitiada que agora se tornou um símbolo mundial da invasão russa e da resistência ucraniana.
Veja as filmagens:
*Com infomações da Associated Press