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FALSO: Mesmo sem biometria, eleitor poderá votar em 2022

Confira a verificação realizada pelos jornalistas integrantes do Projeto Comprova

FALSO: Mesmo sem biometria, eleitor poderá votar em 2022
Projeto Comprova/Divulgação
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FALSO: É falsa a afirmação de que será exigido cadastro de biometria para votar nas eleições gerais de 2022. Publicações com variações dessa mesma mensagem têm sido divulgadas por perfis pró-Bolsonaro no Facebook, Twitter e WhatsApp, alertando para um suposto prazo para realizar o cadastramento, que se encerraria em 4 de maio. A data, na verdade, refere-se ao prazo para regularizar o título de eleitor. Um texto no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) esclarece que o cadastro biométrico está suspenso desde 2020 devido à pandemia de covid-19, e que "nenhuma eleitora ou eleitor que não realizou o cadastramento será proibido de votar".

  • Conteúdo verificado: Postagem no Facebook afirma que o prazo para registrar biometria para as eleições de 2022 se encerra em 4 de maio. O texto sugere que o cadastro é obrigatório para poder votar, e afirma que a informação não tem sido divulgada para barrar apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). O autor pede que a publicação seja compartilhada "para alcançar o maior número possível de eleitores da direita".

É falsa a afirmação de que será exigido cadastro de biometria para votar nas eleições gerais de 2022. Publicações com variações dessa mesma mensagem têm sido divulgadas por perfis pró-Bolsonaro no Twitter, no Facebook e também por WhatsApp, sugerindo a existência de um "complô" do TSE com a mídia tradicional para ocultar essa informação dos apoiadores do atual presidente, impedindo que votem por sua reeleição.

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As postagens alertam que em 4 de maio se encerraria o suposto prazo para registrar a biometria. A data, na verdade, refere-se ao prazo para regularizar o título de eleitor.

Um texto sobre o boato no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informa que o cadastro biométrico está suspenso desde 2020 devido à pandemia de covid-19, e que "nenhuma eleitora ou eleitor que não realizou o cadastramento será proibido de votar".

O Comprova procurou o autor de uma postagem com mais de 4 mil interações no Twitter por e-mail, WhatsApp e perfis no Facebook, mas não obteve resposta até a publicação desta verificação.

O conteúdo foi classificado como falso porque apresenta uma mentira, sem fundamento na realidade, para gerar confusão sobre o processo eleitoral.

Como verificamos?

O Comprova iniciou esta checagem buscando as informações em canais oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e de Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de diferentes estados brasileiros a respeito do processo de cadastramento biométrico. O sistema foi um mecanismo criado pela Justiça Eleitoral para tornar o processo eleitoral brasileiro ainda mais seguro.

Conforme o TSE, a adoção da biometria ? usada pela primeira vez na eleição de 2008, em três cidades brasileiras ? reduziu significativamente a intervenção humana no processo de votação. A urna só é liberada para votação quando o leitor biométrico identifica as impressões digitais do eleitor, as quais são verificadas eletronicamente a partir do banco de dados unificado da Justiça Eleitoral.

Por causa da pandemia da covid-19, o processo de cadastramento biométrico no país precisou ser suspenso. A medida foi determinada pelo TSE, por meio da Resolução nº 23.615/2020, para prevenir a infecção pelo vírus.

O Comprova verificou também os prazos estipulados no calendário eleitoral de 2022 e as datas que devem ser observadas pelos partidos, candidatos e eleitores. A data mencionada na publicação alvo desta checagem [4 de maio] diz respeito ao prazo limite para que eleitores realizem operações de transferência do local de votação e revisão de qualquer informação constante do Cadastro Eleitoral.

Nessa segunda-feira (24 de janeiro), pela viralização de conteúdos com mesmo teor do post checado nesta verificação, o TSE e outros TREs de todo o país divulgaram informações em seus canais oficiais (site e redes sociais como o Facebook), classificando como falsas as alegações de que o eleitor que não realizar o cadastramento biométrico até 4 de maio estará impedido de votar na eleição, seja em primeiro (2 de outubro) ou segundo turno (30 de outubro).

O projeto de checagens também conversou com a advogada atuante em direito público e defesa de mulheres Maíra Recchia.

Verificação

Biometria suspensa

O texto verificado pelo Comprova, compartilhado por um perfil pessoal no Facebook, e propagado no WhatsApp e outras redes sociais, afirma que o cadastro eleitoral encerra em 4 de maio de 2022 e, de forma equivocada, aponta que quem não tiver registrado a biometria até esta data não poderá votar.

No entanto, o próprio TSE, em um release publicado na tarde de segunda-feira (24), informou que o eleitor sem biometria não será impedido de votar em 2022. Reiterou, ainda, que o cadastro biométrico continua suspenso em todo o país.

Além disso, todas as informações relativas à biometria, assim como a suspensão do cadastramento em função da pandemia da covid-19 foram divulgadas pelo TSE em seus canais oficiais (site e redes sociais). As mesmas informações também foram publicadas por Tribunais Regionais Eleitorais de diferentes partes do país.

Impressão digital

A advogada atuante em direito público e defesa de mulheres Maíra Recchia explicou ao Comprova que a biometria é uma forma de identificar o eleitorado pela impressão digital. "[A biometria] veio para conferir maior agilidade no processo de identificação daquele(a) que irá votar. Nesse formato, a urna só é liberada para votação quando o leitor biométrico identifica as impressões digitais da eleitora ou do eleitor, após o competente cadastramento biométrico na Justiça Eleitoral", esclareceu.

Recchia enfatiza, assim como os órgãos eleitorais, que em virtude da pandemia da covid-19 o cadastramento biométrico foi suspenso, mas que aqueles que não se cadastraram continuam aptos a votar conforme a resolução do TSE número 23.669/2021.

"Essa resolução trata dos atos gerais do processo eleitoral, e dispõe que a carteira de identidade, identidade social, passaporte ou outro documento de valor legal equivalente, inclusive carteira de categoria profissional reconhecida por lei, certificado de reservista; carteira de trabalho e carteira nacional de habilitação são documentos suficientes para comprovar a identidade do(a) eleitor(a) e permitir o exercício do voto. Ou seja, quem ainda não se cadastrou biometricamente basta (portar um desses documentos)", disse.

Por que investigamos?

O Comprova investiga conteúdos suspeitos sobre pandemia, políticas públicas e eleições. O projeto observa os dados de viralização e o impacto desses conteúdos para decidir pela verificação. Nos últimos anos, tem se tornado comum a circulação de mensagens e informações falsas com o intuito de descredibilizar e tumultuar o processo eleitoral no país.

A mesma publicação analisada nesta checagem do Comprova teve variações divulgadas por perfis pró-Bolsonaro no Facebook, Twitter e WhatsApp. Todas sugerem a existência de um "complô" entre o TSE e a mídia tradicional para ocultar uma suposta obrigatoriedade de realização de cadastramento biométrico para participação no processo eleitoral deste ano.

O suposto "complô" teria o objetivo de afastar das urnas apoiadores do presidente Bolsonaro, impedindo uma possível reeleição. Uma das postagens teve mais de 4.000 interações.

A segurança no sistema eleitoral é um dos principais alvos de desinformação hoje nas redes sociais. O conteúdo aqui verificado também foi investigado pelo Boatos.orgG1Agência Lupa e desmentido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Para o Comprova, falso é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma mentira.

Investigação e verificação

Nexo, CBN Cuiabá e Poder 360 participaram desta investigação e a sua verificação, pelo processo de crosscheck, foi realizada pelos veículos Sistema Jornal do Commercio, Correio Braziliense, piauí, Estadão, Correio de Carajás, SBT SBT News

Projeto Comprova

Esta reportagem foi elaborada por jornalistas do Projeto Comprova, grupo formado por 40 veículos de imprensa brasileiros, para combater a desinformação. Iniciado em 2018, o Comprova monitorou e desmentiu boatos e rumores relacionados à eleição presidencial. Agora, na quinta fase, o Comprova segue verificando conteúdos suspeitos sobre políticas públicas do governo federal e eleições, além de continuar investigando boatos sobre a pandemia de covid-19. O SBT e SBT News fazem parte dessa aliança.

Desconfiou da informação recebida? Envie sua denúncia, dúvida ou boato pelo WhatsApp 11 97045 4984.

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