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Réveillon e Carnaval: quais os possíveis impactos das festas na pandemia

Processo de vacinação e o desenvolvimento de novas variantes estão entre as principais preocupações

Réveillon e Carnaval: quais os possíveis impactos das festas na pandemia
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A realização das festas de fim de ano e do Carnaval vem sendo pauta diária entre os governantes do país devido à pandemia do novo coronavírus. Apesar do bom andamento da vacinação em grande parte dos estados e do baixo número de hospitalizações, a rápida flexibilização das medidas de segurança e o surgimento de novas variantes da doença podem influenciar na disseminação do vírus, levando a uma regressão na contenção dos casos.

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Segundo a infectologista Keilla Freitas, o maior risco da realização dos festejos é o trânsito de pessoas que não cumprem adequadamente as regras impostas pelas autoridades, como uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento social, o que pode aumentar exponencialmente a circulação da doença. "É importante lembrar que a pandemia ainda não acabou, ou seja, o vírus ainda circula entre nós", ressalta Keilla. "Enquanto isso acontecer, há risco do aparecimento de novas variantes que podem ser mais transmissíveis, graves ou mesmo resistente a vacinas, o que colocaria o processo de vacinação em risco, já que teríamos que considerar como 'não imunizados' os que já se vacinaram."

Para evitar que isso aconteça, muitos municípios já anunciaram a suspensão das festas de fim de ano pelo segundo ano consecutivo (confira lista abaixo). No sábado (4.dez), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), informou o cancelamento do Réveillon mais famoso do Brasil, na praia de Copacabana. Além disso, muitos governantes estão restabelecendo medidas já flexibilizadas, como o uso de máscara em locais abertos, e intensificando outras normas, como a exigência do comprovante de vacinação em ambientes fechados. O próprio Rio de Janeiro, por exemplo, expandiu a obrigatoriedade do documento no último dia 2, passando a englobar shoppings, salões de beleza e táxis. 

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"Sabemos que o isolamento social traz um efeito econômico e psicológico, mas os governantes precisam tomar muito cuidado com o recado que se passa à população com estas medidas", reforça Keilla. "A flexibilização precisa ser feita de forma lenta e gradual, com conscientização quanto às medidas de segurança e o bom senso. Não importa o quanto estejamos cansados. Não importa se o próximo ano será ano de eleições ou não. Um passo em falso agora pode significar uma queda muito dura em um futuro próximo", completa. A infectologista explica ainda que sempre quando uma pessoa é infectada pelo SARS-Cov-2, mesmo que fique assintomática, o vírus se replica bilhões de vezes, fazendo cópias de si mesmo. Cada vez que isso acontece, existe a chance de ocorrer um "erro de impressão", que são as mutações.

"Essas mutações podem gerar características como ter maior capacidade de transmissão que seus antecessores, ser potencialmente mais grave ou mesmo ser resistente a vacinas. O detalhe é que uma característica dessas não exclui as outras. Então, eventualmente, uma variante pode ter todas elas. Assim, quanto maior o número de casos novos da doença, maior a velocidade do aparecimento de novas variantes. Por isso qualquer situação que impacte no número de pessoas circulando e se aglomerando, maior o risco de transmissão, novos casos e novas variantes", esclarece.

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O alerta não vale apenas para as festas de Natal e Ano Novo, também é importante ficar atento e não se descuidar durante as compras em supermercados e lojas, uma vez que as atividades do comércio tendem a aumentar durante essa época do ano. O mesmo se aplica às viagens, que se intensificam com a chegada das comemorações e o período de férias. Para Keilla, o comprovante vacinal e o uso de máscara são essenciais para conter a disseminação do vírus e o número de casos da covid-19. "Devemos também realizar testagem em massa para pegar casos assintomáticos e monitorar contatos, além de fazer vigilância de sequenciamento genético para estarmos atentos à circulação de novas cepas. As máscaras devem ser a última medida de segurança a abolirmos", frisa.

Já em relação ao Carnaval, algumas capitais famosas pelo festejo já informaram o cancelamento do evento para evitar aglomerações. Cidades como Salvador e Florianópolis, por exemplo, preferiram suspender as atividades devido à quarta onda de contágios da doença, enquanto outros municípios como São Paulo, Fortaleza, Manaus e Recife ainda esperam a posição das autoridades de saúde sobre a situação epidemiológica em cada região. "O Carnaval possui intensidade, tempo de exposição e tamanho de circulação de pessoas muito maior que qualquer outra festividade. O problema aqui é a escala e tamanho do risco, por isso, na minha opinião, ainda não está na hora de termos o Carnaval em 2022", afirma Keilla.

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Além disso, as atividades carnavalescas atraem muito turistas estrangeiros, o que, segundo a infectologista, pode prejudicar na contenção da pandemia, já que a taxa de vacinação contra a covid-19 no mundo é bastante desigual. "A chegada de uma grande quantidade de pessoas de todas as partes do mundo no Brasil sem a exigência do comprovante de vacinação pode transformar o nosso país no destino paradisíaco dos negacionistas", ressalta. Para Keilla, quanto maior a taxa de vacinação da população, menor as chances de regressão no combate ao vírus.

Capitais com o réveillon cancelado:

  • Aracajú
  • Belém
  • Belo Horizonte
  • Brasília
  • Campo Grande
  • Cuiabá
  • Fortaleza
  • João Pessoa
  • Natal
  • Palmas
  • Porto Alegre
  • Rio de Janeiro
  • Salvador
  • São Luís
  • São Paulo
  • Vitória

Capitais com o réveillon parcial (queima de fogos, mas sem shows):

  • Florianópolis
  • Recife
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