Casos de síndrome respiratória aguda grave estabilizam, diz Fiocruz
Redução expressiva é resultado do avanço da campanha de vacinação no país
Um novo boletim realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que o Brasil apresentou queda nos casos notificados de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) nas últimas seis semanas, longo prazo, e estabilidade nas últimas três, curto prazo. O documento foi divulgado na 4ª feira (15.set) e corresponde à 36ª semana epidemiológica.
As informações são levantadas a partir de dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) e se referem à semana entre 5 e 11 de setembro. A incidência de SRAG é um importante indicador da prevalência de covid-19 no país, já que a doença corresponde a 96% dos casos de infecções.
O levantamento apontou para sinal de queda dos casos a longo prazo em 17 unidades da federação: Acre, Amazonas, Amapá, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Roraima, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
Além disso, três regiões apresentaram sinal de crescimento apenas na tendência de curto prazo (Distrito Federal, Piauí e Rio Grande do Norte) e cinco mostram indícios de estabilidade nas tendências de longo e curto prazo (Alagoas, Bahia, Ceará, Rondônia e Santa Catarina). Apenas os Estados do Espírito Santo e Pernambuco apresentaram sinal de crescimento na tendência de longo prazo, mas com valores relativamente baixos.
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Em relação às faixas etárias, foi identificado uma queda de casos entre crianças e adolescentes, mas ainda em patamar significativamente elevado em comparação com o histórico da pandemia. A população adulta, de 20 a 59 anos, também apresentou queda nas contaminações durante o período pesquisado, registrando aproximadamente quatro mil casos semanais, contra os 24 mil casos contabilizados em maio.
"A redução expressiva no número de casos na população adulta é reflexo do impacto da campanha de vacinação escalonada, que permitiu proteger essa população durante o aumento na transmissão nos meses de abril e maio. Já a estabilização em valores relativamente mais altos na população mais jovem é reflexo da manutenção de transmissão elevada na população em geral", diz o pesquisador Marcelo Gomes. No entanto, apesar da melhora geral, o boletim ressalta para cautela.