Covid-19: variante de Manaus predomina no RJ, afirma secretaria
Cepa foi identificada em 94,44% das amostras do novo coronavírus analisadas no estado
A variante P.1 do novo coronavírus, identificada originalmente em Manaus (AM), se tornou predominante no Rio de Janeiro, segundo um estudo divulgado nesta 4ª feira (21 abr.) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). O trabalho realizou o sequenciamento genético de 90 amostras do patógeno coletadas entre 24 e 28 de março.
Os pesquisadores identificaram ainda a circulação das cepas P.2 e B.1.1.7 no território fluminense. A segunda é a chamada variante britânica. O estudo foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), com R$ 1,2 milhão, e pretende analisar cerca de 400 amostras a cada 15 dias, nos próximos seis meses. A expectativa é chegar a um total de 4.800.
O trabalho conta com a participação de membros da SES, Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Laboratório Central Noel Nutels (LACEN-RJ), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Secretaria Municipal de Saúde do Rio.
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A coleta das 90 primeiras amostras ocorreu em 17 municípios, que contemplam todas as regiões do estado. A variante de Manaus do Sars-CoV-2 foi notada em 94,44% delas e em cada uma das regiões. Nas Metropolitana, Centro e Norte, a prevalência da P.1 chegou a 100%. A cepa P.2, por sua vez, foi identificada nas regiões Sul e Baixada Litorânea, enquanto a B.1.1.7, no Médio Paraíba e Noroeste.
Segundo a subsecretária de Vigilância em Saúde do Rio de Janeiro, Cláudia Mello, "as informações obtidas pelo sequenciamento genômico permitem ter um panorama atual da evolução das variantes circulantes no estado e melhorar ações epidemiológicas, o que possibilita fortalecer as estratégias de combate à pandemia, que já vêm sendo tomadas pela secretaria".
A SES aponta ainda que a Fiocruz e o Ministério da Saúde vêm realizando outros sequenciamentos com amostras obtidas no estado e que nas 287 analisadas até agora, desde fevereiro, a P.1 também apareceu como predominante.