Uniforme da seleção brasileira para jogos olímpicos de Paris é criticado por internautas
Presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Paulo Wanderley, defende escolha
Yaly Pozza
A dois dias da abertura dos Jogos Olímpicos, em Paris, um dos assuntos mais comentados é o uniforme que será usado pelos atletas brasileiros na cerimônia. De memes na internet a críticas mais duras, as roupas criadas e confeccionadas pela marca Riachuelo e aprovadas pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) geraram polêmica.
+ Olimpíada de Paris: Atleta condenado por estupro não ficará alojado na Vila Olímpica
Os atletas usarão calça ou saia até o joelho, com jaquetas jeans e chinelos, o que causou revolta do público. Muitos dos comentários falam de falta de criatividade e dizem que o vestuário é muito simples perto do de outras delegações. Os Estados Unidos, por exemplo, têm seus uniformes assinados pela grife Ralph Lauren e França pela Le Coq Sportif.
A ex-jogadora de vôlei Márcia Fu foi uma das celebridades que desaprovou o look:
“O que é isso aqui? Isso é do Brasil? Como assim? Gente, isso não é do Brasil, não, estão mentindo. Esse negocinho jeans… Que blusa é essa aqui embaixo? Bem de crente. Ai, desculpe, eu não podia ter falado, mas eu falei. Não gostei. Péssimo gosto. Me ajuda aí, colega, uma porcaria. Eu acho que as meninas mereciam coisa melhor", disparou.
+ Isaac Souza, atleta de saltos ornamentais, sofre lesão e não disputará os Jogos Olímpicos de Paris
A cantora Anitta também usou as redes sociais para comentar. “Acho que o look representa exatamente como o atleta é tratado no país. Sem estrutura, sem oportunidades, desvalorizado. O atleta no Brasil é um grande vencedor só por resistir na decisão de ser atleta. Acho que o olhar veio pra reafirmar exatamente isso, como que o atleta precisa ser guerreiro e passar por poucas e boas para seguir seu sonho”, criticou.
Diante da repercussão negativa, Paulo Wanderley, presidente do COB, rebateu as críticas nesta quarta-feira (24): “Não é Fashion Week de Paris, são os Jogos Olímpicos de Paris. Arte é arte e a beleza está nos olhos de quem vê".
O diretor de marketing do COB, Gustavo Herbetta, também defendeu o modelo escolhido. “O COB aceita crítica, olha, aprende, entende e estamos falando de um campo subjetivo. Gosto cada um tem o seu. A gente aprovou com muito orgulho. Se tivesse que aprovar de novo, aprovaríamos”, afirmou.
A Chief Marketing Officer (CMO) da Riachuelo, Cathyelle Schroeder comentou, em entrevista à Veja, que a política da empresa é ouvir e acolher.
"Esse trabalho envolveu diretamente cerca de quinhentas famílias, ao longo de dois anos, desde criação, costura, modelagem, corte, embalagem, transporte", afirmou. "Claro que ninguém fica feliz, ainda mais num momento que deve ser de união, de estarmos juntos para vibrar pelos nossos atletas"
Em nota enviada ao SBT News, a Riachuelo disse que está recebendo as queixas. Eis a íntegra da manifestação: "Prezamos pela escuta ativa e estamos sempre abertos a dialogar e acolher os pontos que nossos consumidores nos trazem. Como marca, buscamos a evolução constante e levamos os aprendizados em nossa bagagem. Temos orgulho de ser uma marca brasileira, feita por e para brasileiros e, por isso, estamos, neste momento, canalizando os nossos esforços e energia para motivar, torcer e vibrar pelos nossos atletas que tanto se preparam e contam com nosso apoio e torcida."