Técnica de enfermagem aplica leite ao invés de soro na veia de bebê
Hospital de Novo Hamburgo (RS) abriu sindicância para investigar conduta da funcionária; recém-nascido segue internado
Uma técnica de enfermagem foi afastada das funções em um hospital após injetar leite, ao invés de soro, na veia de um bebê recém nascido na última quinta-feira (18), no Rio Grande do Sul. O Hospital Municipal de Novo Hamburgo abriu uma sindicância para investigar a conduta da profissional.
O bebê internado tem 38 dias de vida e está internado no hospital após nascimento prematuro de 29 semanas. A mãe de Fagner Ravi, Diulia Magalhães, teve pré-eclâmpsia grave na 26ª semana de gestação.
De acordo com Diulia, o incidente ocorreu logo após o horário de visitas, quando ela já havia saído do local. Ela foi informada, por telefone, pela diretora da unidade de saúde que pediu que ela retornasse ao hospital pois o filho precisaria ser entubado. O leite havia atingido os pulmões do recém nascido e poderia afetar outros órgãos.
A mãe relata que a profissional não deu esperanças de sobrevivência do filho para ela. "Ele não se mexia, ele estava parado, branco. Por um erro eu quase perdi meu filho”, desabafa. A família de Fagner reclama do descaso do hospital. O pai da criança, Vagner Lopes, teve que dormir no chão e, em outro momento, no banco de madeira que fica na frente do hospital.
Em nota, a Fundação de Saúde de Novo Hamburgo, que faz a gestão do hospital municipal, disse que disponibilizou um leito e um local de acompanhante com cadeira ou sofá para o pai e a mãe, além de alimentação para que eles ficassem mais próximos do bebê.
Os pais da criança negaram a oferta porque receberam ajuda de moradores da cidade que se solidarizaram com o caso. Eles moram em Venâncio Aires, a 123 km do Vale dos Sinos.
A situação preocupa gestantes que terão filhos na unidade. “Diante da situação a gente fica com receio né, porque a gente quer vir para um lugar em que essa criança que vai sair com tudo 100% né?”, conta a cozinheira, Denise Gonçalves.