RS: Novas chuvas deixam Pelotas em alerta
Nível de água da Lagoa dos Patos segue acima dos 2,5 metros. Prefeitura expressa preocupação com drenagem
A cidade de Pelotas, que fica a cerca de 250 quilômetros de Porto Alegre, voltou a ser atingida por fortes chuvas na manhã desta quarta-feira (22), elevando o nível da Lagoa dos Patos para mais de 2,5 metros. Este aumento mantém a lagoa acima do nível de inundação.
No centro do município, o nível do Canal São Gonçalo oscilava acima dos 2,80 metros. Com os reforços implementados pela prefeitura, o canal consegue suportar um aumento de mais um metro na profundidade. No entanto, a situação ainda é crítica.
Tiago Bündchen, secretário de Cidadania de Pelotas, expressou a preocupação com a drenagem da cidade: "Nossa preocupação com a chuva é com a drenagem. A cidade está muito castigada, o solo está encharcado, os canais já estão esgotados. Toda nossa estrutura de drenagem é voltada para o Canal São Gonçalo e, como ele está alto, imaginamos que isso vá nos causar alguma dificuldade".
População em abrigos
A prefeitura segue em alerta máximo. Valdeci da Silva, um morador que precisou deixar sua casa há cerca de duas semanas devido à inundação, relatou: "Quando fui puxar o cobertor para me cobrir e senti que estava pesado, a água já estava batendo na cama. Tive que buscar ajuda e os bombeiros me auxiliaram."
Atualmente, Valdeci está abrigado em uma escola de Pelotas, junto de outras 37 famílias. A cidade tem mais sete abrigos públicos, totalizando cerca de 750 pessoas desabrigadas.
Anderson Eduardo Dias Lima, pescador, também está em um abrigo após perder tudo na enchente. "Minha casa encheu de água. Quando vi que estava subindo muito, pulei do chalé com a água pela cintura e fui para o abrigo. Não voltei mais lá por risco de choque."
Tiago Bündchen explicou que a elevação da semana passada motivou a saída da população das áreas mais afetadas, como a Z3 e Laranjal. No centro da cidade, a preocupação é com as áreas de risco próximas ao Canal São Gonçalo, que podem extravasar e atingir as áreas ribeirinhas.
Em caso de aumento no nível do Canal São Gonçalo, equipes de voluntários estão de prontidão. Um grupo com 270 pessoas equipadas com barcos e jet skis para prestar suporte aos abrigos, cuidar dos animais e fornecer donativos.