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Brasil

Rede de farmácias é condenada a indenizar funcionária vítima de racismo

Caso em SP reacende debate sobre o tema no ambiente de trabalho e a luta por mais punições contra práticas discriminatórias

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Noemi, ex-funcionária de uma rede de farmácias em São Caetano do Sul, no ABC Paulista, foi vítima de racismo já no primeiro dia no novo emprego. Uma colega gravou um vídeo para o grupo de trabalho dizendo que a presença dela estava “escurecendo a loja”. Mesmo após a divulgação do vídeo, as ofensas continuaram.

O Tribunal Regional do Trabalho determinou que a empresa pague indenização de R$ 56 mil a Noemi. Na decisão, a juíza destacou a responsabilidade da rede por não garantir um ambiente de trabalho adequado e por se omitir diante das agressões.

Para especialistas, o caso é um marco, mas ainda insuficiente para inibir práticas racistas.

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Explícito x disfarçado

Antônia Quintão, pós-doutora em diversidade racial, reforça que o preconceito se manifesta de diferentes formas — do explícito ao disfarçado. “A lei que tornou racismo crime, prevista na Constituição de 1988 e na Lei Caó, de 1989, ainda não surtiu o efeito necessário. Quem age de forma racista precisa ter clareza de que pode responder criminalmente por isso.”

A pesquisadora também lembra os desafios enfrentados por mulheres negras no mercado de trabalho. “A inserção já é mais difícil, o desemprego é uma realidade, há diferença salarial e preconceito desde o processo seletivo até o cotidiano organizacional.”

Em nota, a rede Raia Drogasil lamentou o episódio e afirmou manter compromisso com respeito, diversidade e inclusão, além de investir em iniciativas de promoção de equidade racial.

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