Moradores denunciam acúmulo de lixo irregular perto de rio em Duque de Caxias (RJ)
Filhote de jacaré invadiu casa para fugir de toneladas de resíduos; moradores pedem providência

Lívia Mendonça
O contraste entre a paisagem natural e o amontoado de resíduos revela uma ameaça silenciosa à saúde da população em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Entre pássaros e moscas, o cenário é alarmante.
"Você acredita que aqui já foi um rio?", questiona uma moradora. Agora, só há água suja. Nas casas próximas, a situação também preocupa. As moscas invadiram os ambientes e colocam em risco a saúde das crianças. "É muita doença por causa disso", lamenta Neide Machado, moradora e empregada doméstica.
São 80 mil metros quadrados ocupados por toneladas de lixo irregular. Segundo os moradores, há cerca de nove meses os primeiros caminhões de entulho começaram a descarregar no local. Pouco tempo depois, passaram a chegar veículos com lixo comum. A ocupação cresceu rapidamente e de forma clandestina, a poucos metros do rio Magé. "A gente não sabe mais o que fazer", conta Renata Ferreira, moradora e autônoma.
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No terreno da Vila Uruçai, em Duque de Caxias, o descarte inclui lixo hospitalar, vidros e materiais de construção. Tudo no mesmo lugar. Na segunda-feira (14), os moradores realizaram uma manifestação e chegaram a interditar parte da pista da Rio Magé em protesto.
Na manhã desta terça-feira (15), o cenário mudou. Caminhões e autoridades tomaram conta da área. "A pergunta é: como fiscalizar uma área como essa?", questionou o prefeito de Duque de Caxias, em visita ao local.
Jacaré
"Eu queria um emprego aqui mesmo, nesse espaço, não um lixão", disse Jorge Soares, aposentado e morador da região. Enquanto as soluções definitivas não chegam, até os animais silvestres têm buscado refúgio longe do terreno. Um filhote de jacaré foi encontrado na casa de Renata. E uma cobra apareceu no quarto de duas crianças. "A gente precisa de socorro urgente", clamou um dos moradores.