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Brasil

Maré vermelha: governo de SP proíbe o comércio de moluscos após alerta sobre microalgas tóxicas no litoral

Sem poder colocar mexilhões e ostras no balcão, os comerciantes se preocupam com a queda das vendas

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O governo de São Paulo proibiu, em todo o estado, a venda de moluscos bivalves, como mariscos, mexilhões e ostras, provenientes das cidades de Peruíbe, Cananéia, Itanhaém e Praia Grande, no litoral paulista. A medida foi tomada em função da presença de microalgas tóxicas Dinophysis acuminata, causadoras do fenômeno conhecido como Maré Vermelha, nas águas das quatro cidades. A determinação vale para os estoques de alimentos produzidos desde 30 de julho.

Sem poder colocar mexilhões e ostras no balcão, os comerciantes se preocupam com a queda das vendas. "Prejudica bastante quando há um problema na área de cultivo, isso afeta diretamente a gente na área de comércio”, relata o comerciante Augusto Viudes.

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“A gente não pode pôr um produto que esteja proibido. A maré tá vermelha, a gente não pode vender marisco”, complementa a atendente Ivone Oliveira.

A maré vermelha é causada pelo crescimento excessivo de algas microscópicas, que podem contaminar os moluscos com toxinas. Ela é temporária, mas não tem como prever quando vai acabar. Biólogos alertam para o risco do consumo desses produtos.

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“Os sintomas variam, diarreia, dor abdominal, problemas respiratórios, e normalmente acontecem em vinte e quatro horas após o consumo desses animais”, explica o biólogo Elcio Furlan. “O maior risco é para idosos e crianças, que têm a imunidade mais baixa”, complementa.

No entanto, outros frutos do mar podem ser comprados à vontade. "Pode vir que tem produtos frescos do dia para vocês: camarão, peixe na oferta, sardinha. Agora é época de tainha, que está fresquinha e com preço bom”, completa Ivone.

Suspensão de mariscos

Após recomendar a suspensão do consumo, o governo estadual publicou comunicado sobre a proibição do comércio de moluscos no Diário Oficial. A decisão ocorreu porque técnicos do governo detectaram altas concentrações potencialmente tóxicas das microalgas.

Segundo a nota técnica, foram coletadas amostras em praias dos municípios entre os dias 28 de julho e 5 de agosto. A concentração das microalgas estava acima do valor máximo permitido nas praias de Guaraú, em Peruíbe; Balneário Gaivotas, em Itanhaém; Canto do Forte, em Praia Grande; e, por fim, Itapitangui, em Cananéia.

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De acordo com o governo estadual, a microalga pode produzir uma toxina diarreica, que tende a se acumular em organismos marinhos filtradores, como mexilhões e ostras, podendo causar intoxicações alimentares quando consumidos.

Segundo o texto, os grupos de Vigilância Sanitária estadual e Vigilâncias Sanitárias municipais deverão proceder à interdição cautelar do comércio se encontrarem os estoques de moluscos bivalves, originários de Peruíbe, Praia Grande, Itanhaém e Cananeia, produzidos a partir de 30 de julho. Isso vale para qualquer comércio no estado.

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O não cumprimento da determinação pode resultar em advertência; prestação de serviços à comunidade; apreensão; interdição; inutilização; suspensão de venda ou fabricação; cancelamento de licença; proibição de propaganda; intervenção de estabelecimento de prestação de serviços de saúde e multa.

O governo estadual destacou que a liberação do comércio e consumo ocorrerá quando a fase de Alerta 2 do Plano de Contingência for revertida e o órgão responsável pela agricultura no estado se manifestar sobre a conformidade dos moluscos.

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