Madrasta que esqueceu criança no carro é denunciada por homicídio culposo em SC
Menino de três anos morreu asfixiado após passar 10 horas dentro do veículo; pena pode chegar a três anos de detenção
Camila Stucaluc
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou por homicídio culposo – quando não há intenção de matar – a madrasta do menino de três anos que morreu asfixiado após ser esquecido dentro do carro por 10 horas. O caso ocorreu no dia 25 de abril, no bairro Morada do Sol, em Videira.
A denúncia foi apresentada pela 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Videira. No documento, o promotor William Valer apontou que a madrasta violou o dever objetivo de cuidado, esquecendo o enteado no veículo e atuou com negligência, resultando na morte do menino.
Segundo o promotor, a mulher será julgada pelo juiz, uma vez que crimes de homicídio culposo não são julgados pelo Tribunal do Júri. A pena varia de um a três anos de detenção.
"O caso vem sendo conduzido com bastante cautela. Diante dos elementos de investigação que foram reunidos no Inquérito Policial, formou-se a convicção de que o caso revela, de fato, uma situação de homicídio praticado de forma culposa, ou seja, a denunciada não desejava a morte nem assumiu o risco de provocá-la", explicou Valer.
Relembre o caso
Segundo relatado pela madrasta, era rotina familiar que ela deixasse a companheira no trabalho e, em seguida, levasse o enteado à creche. No dia em questão, saiu de casa às 7h, deixou a companheira, mas esqueceu do menino. Após estacionar o automóvel em casa, ela trancou o veículo, pegou a bicicleta e foi trabalhar.
Somente por volta das 17h – ou seja, 10 horas depois –, ao retornar ao automóvel, a madrasta percebeu que a criança estava no carro, já sem sinais vitais. Ela ligou para o Corpo de Bombeiros e para o SAMU foram acionados, mas ao chegarem no local, as equipes puderam apenas confirmar a morte da criança.
