Infestação de caramujos africanos preocupa moradores de Pinheiros, em SP
Após chuvas intensas, bairro registra aumento da presença do molusco, que pode transmitir toxinas perigosas
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Bruna Macedo
O bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, foi tomado por caramujos africanos. Eles estão espalhados pelas ruas, praças, entre as folhas e até nas paredes das casas, causando preocupação entre os moradores.
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Apesar da recente proliferação, a presença desses moluscos no Brasil não é novidade. Eles chegaram há mais de 45 anos como uma alternativa ao escargot francês, mas acabaram se tornando um problema ambiental e de saúde pública.
Segundo especialistas, o caramujo africano é considerado a segunda maior ameaça à biodiversidade no mundo, perdendo apenas para o desmatamento. Isso porque são extremamente resistentes, competitivos por alimento e não possuem predadores naturais no país.
Para João Azevedo, morador de Pinheiros, a infestação aumentou após as fortes chuvas das últimas semanas: "Depois dessa chuva, com certeza aumentou, e eles se reproduzem muito rapidamente e não dá para mata com facilidade", afirmou.
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Cida Vasconcellos, também moradora da vila que fica próximo a escadaria da bailarina, também tomada por caramujos, disse que já ligou para a Prefeitura diversas vezes, mas sempre é atendida por uma secretária eletrônica: ''Na ligação, há alternativa para pedir ajuda sobre diversas pragas, como a dengue, mas não tem opção sobre caramujo. Então ficamos sem saber o que fazer''.
A Fiocruz alerta que, embora o risco de transmissão de doenças pelos caramujos seja baixo, é fundamental ter cuidado ao manuseá-los e nunca ingeri-los, pois eles têm toxinas que podem afetar o sistema nervoso e respiratório humano.
O homem se infecta comendo caramujos crus ou mal cozidos, ou alimentos mal lavados e contaminados com o seu muco. Esses moluscos podem ser hospedeiros de parasitas que transmitem doenças como meningoencefalite e estrongiloidíase, que causam sintomas como febre, dores abdominais e inflamações no intestino. Além disso, os caramujos atacam plantações, hortas e jardins, gerando impactos ambientais, econômicos e à saúde pública.
Especialistas recomendam algumas medidas, como o descarte correto dos moluscos e a adoção de protocolos de combate à infestação em áreas residenciais. "É superimportante ter um protocolo de combate".
Com o aumento dos casos, moradores cobram ações para controlar a proliferação dos caramujos e evitar riscos à saúde e ao meio ambiente.
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A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), informa que, na segunda-feira (10), a equipe da Divisão de Vigilância de Zoonoses (DVZ) irá ao local para realizar uma nova inspeção. Na ocasião, os moradores serão orientados sobre medidas preventivas para evitar a proliferação do caramujo.