Enchente atinge fundação centenária de Porto Alegre e deixa crianças e adolescentes desabrigados
Água chegou a quase dois metros em alguns pontos do prédio recém-reformado, que atualmente acolhe 160 menores que estão sob a guarda da Justiça
Crianças e adolescentes em situação de pobreza foram levados para um lar provisório depois que a Fundação Pão dos Pobres, em Porto Alegre, foi destruída pela chuva.
O local, que tem 129 anos de história, foi completamente devastado pela enchente. A água chegou a quase dois metros em alguns pontos do prédio recém-reformado, que atualmente acolhe 160 menores que estão sob a guarda da Justiça. No início de maio, todos precisaram sair em 40 minutos.
"Com caminhões do exército, com ônibus, que já estavam preparados dentro desse comitê de crise que nós tínhamos preparado, foi uma evacuação dramática, porque a gente tem que preservar a segurança e a integridade das crianças, mas, ao mesmo tempo, de muita solidariedade”, relata João Rocha, gerente da fundação.
Funcionários e voluntários trouxeram tábuas de madeira e fizeram às pressas uma espécie de trapiche para que as crianças e adolescentes conseguissem deixar o prédio em segurança.
Além dos menores acolhidos, a fundação atende mais de 1.800 adolescentes no turno inverso ao da escola. O espaço que servia 42 mil refeições mensais ficou destruído. No mural, restou apenas a anotação do último jantar, no dia cinco de maio.
O dia a dia da instituição tem sido um desafio. Um colégio privado de Porto Alegre está recebendo provisoriamente os acolhidos. A direção ainda não sabe quando será possível retomar as atividades no prédio centenário, mas espera contar com a comunidade, mais uma vez.
"É reconstrução não só do prédio, mas é reconstrução de vida. E isso acho que nos coloca como mais humanos, no sentido que a gente se dá as mãos para superar os desafios”, complementa João.