Cuidados no carnaval: mistura de álcool, energéticos e remédios pode levar à intoxicação
Especialistas alertam ainda para os riscos do consumo exagerado de bebidas alcoólicas durante a folia; confira dicas evitar transtornos
Luciano Teixeira
Seja em casa, na avenida ou nos bloquinhos de rua, para muitas pessoas, não há carnaval sem consumo de álcool. No entanto, os efeitos da ingestão exagerada de bebidas alcoólicas e, principalmente, das misturas com medicamentos e energéticos podem resultar em intoxicações graves no organismo.
Um erro que o Daniel conhece bem. Em três carnavais, a festa terminou no hospital. "Eu misturei uísque, vodka, corote, cerveja, e acho que um pouquinho de vinho... não me lembro muito bem. Eu espero que ninguém passe por isso", ele conta.
Dentre os principais sintomas deste tipo de intoxicação estão vômitos, palpitação, enxaqueca, dor abdominal, aumento de pressão e dificuldade respiratória. Em alguns casos, essa mistura pode levar até à morte.
A recomendação de especialistas é, primeiro, se alimentar bem e se hidratar, antes de vestir a fantasia. "Nosso fígado é capaz de processar uma dose de álcool por hora, ou seja, cerca de uma lata de cerveja, uma taça de vinho - o que significa, mais ou menos, 150 mL, e um copinho de destilado, mais ou menos, 45 mL né, de bebida. Se você consumir mais do que isso, nesse período de uma hora, provavelmente, seu corpo vai ficar intoxicado com álcool", explica a coordenadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, Mariana Thibes.
Para quem vai passar o carnaval na praia ou em outro ambientes aquáticos, o alerta deve ser redobrado. Os casos de afogamento têm aumentado no Brasil, e 12% do total têm como causa o consumo de álcool.
Outro problema que preocupa as autoridades é a combinação de bebida e direção. Só nos carnavais de 2019 e 2023, segundo o Detran de São Paulo, foram 1.354 notificações a motoristas dirigindo sob efeito de álcool. De acordo com especialistas, a combinação afeta o reflexo e a capacidades de reação em caso de acidente, o que pode ser a diferença entre a vida e a morte do condutor, dos passageiros e das pessoas no entorno.