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Brasil

Área da região metropolitana do Rio dominada por grupos armados dobrou em 16 anos

Comando Vermelho domina a maior parte dos territórios, mas milícias triplicaram seus domínios no período do levantamento

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Um estudo do Instituto Fogo Cruzado e do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos, da Universidade Federal Fluminense (Geni-UFF), divulgado, nesta segunda-feira (15), mostra que o Comando Vermelho (CV) passou a milícia e se tornou a organização criminosa que controla mais localidades no Grande Rio de Janeiro, em 2023.

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Segundo o levantamento, no ano passado, 52% da área ocupada por grupos armados estavam sob o controle do Comando Vermelho (CV). Enquanto o Terceiro Comando Puro cresceu 79,1%, a facção Amigos dos Amigos foi o único grupo armado a apresentar redução de seu território nos últimos 16 anos, com queda de 75,8%.

O estudo ainda mostra que, em 16 anos, a área do Grande Rio sob controle de grupos armados dobrou, com um crescimento de 105,73%.

Série histórica

No ano passado, 18,2% da área habitada do Rio de Janeiro estavam sob o domínio de algum grupo armado. Em 2008, as áreas dominadas representavam 8,8%. Isso significa que, nos últimos 16 anos, a área da região metropolitana sob controle desses grupos dobrou, com um crescimento de 105,73%.

As milícias foram o grupo que mais cresceu ao longo de todo esse período, triplicando o seu domínio territorial. Ainda assim, estão atrás do Comando Vermelho, que controla 52% das áreas.

Para o coordenador do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense, Daniel Hirata, a expansão da dominação dos grupos armados é alarmante e a atuação do Estado é bastante precária.

"Testemunhamos nos últimos anos muitos episódios emblemáticos do conflito entre os grupos armados pelo controle territorial e, agora, vemos como isso tudo faz parte da dinâmica geral do controle de territórios e populações. Sabia-se que o CV estava avançando em áreas das milícias e que isto levaria à intensificação do conflito", disse. Segundo ele, a atuação das autoridades políticas e policiais "deixou muito a desejar". "Seja porque não ofereceu a devida proteção aos moradores dessas áreas, em parte, inclusive, intensificando os conflitos por meio das operações policiais, mas também porque não atua sob as bases políticas e econômicas desses grupos, nem na lógica do controle territorial armado, que, como o caso Marielle mostrou, é o que estrutura o poderio desses grupos", afirmou Daniel Hirata.

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