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Agiota do PCC é preso a caminho do RS para ajudar no resgate das vítimas com moto aquática

Selmir Fagundes, empresário do MC Paiva, levava vida de ostentação e foi alvo da Operação Khalifa do MP paulista; PRF deteve alvo em SC na estrada

Agiota do PCC é preso a caminho do RS para ajudar no resgate das vítimas com moto aquática
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A polícia prendeu, na manhã desta terça-feira (7), Selmir Fagundes, acusado de ser agiota do PCC. Outras oito pessoas foram detidas, alvos da Operação Khalifa, do Ministério Público de São Paulo. O grupo é acusado de movimentar mais de R$ 20 milhões, só em 2023, com os empréstimos ilegais, com juros abusivos, taxas de atrasos, extorsões e ameaças nas cobranças de valores.

Fagundes foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Santa Catarina, a caminho do Rio Grande do Sul. O alvo viajava com uma van e ia com uma moto aquática para ajudar nos resgates dos atingidos pelas enchentes, no estado vizinho.

"Foi localizado em Santa Catarina, mais uma vez pelo sistema integrado de segurança pública. De pronto nós conseguimos contato com a Polícia Rodoviária Federal que prendeu o indivíduo", afirmou o coronel Valmor Racorti, da Polícia Militar de São Paulo.

A PM foi ao endereço de Fagundes, em São José dos Campos (SP), mas não encontrou o alvo. Por meio de análise das redes sociais, foi identificado que ele estava levantando recursos e ajudando os desabrigados na tragédia gaúcha. A PRF foi acionada e conseguiu prender o alvo, que viajava levando uma moto aquática, que seria usada nos resgates.

Foram cumpridos 17 mandados de buscas. Um fuzil, uma espingarda e quatro pistolas (calibres 9mm e 38) foram apreendidos. Além de 16 celulares, joias, 11 relógios (dois da marca Rolex), munição e cocaína.

Agiotagem

Os acusados agiam na capital paulista e nas cidades de Arujá, Suzano, Mogi das Cruzes, Santa Isabel e Guarulhos, desde 2020, pelo menos.

A promotora Flávia Flores, do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP paulista, afirmou que "os juros cobrados chegavam a aproximadamente 300% ao mês", em alguns casos.

O promotor Frederico Silvério, também do Gaeco, os tomadores dos empréstimos eram pessoas físicas e também jurídicas, que necessitavam de capital de giro para investir em negócios de médio porte. As cobranças eram feitas com violência e sob ameaça.

"Operações recentes deflagradas pelo GAECO têm demonstrado que a facção criminosa vem se sofisticando nas formas de obter rendimentos, deixando de lado as conhecidas práticas de tráfico e roubo para recorrer a atividades mais lucrativas e menos sujeitas à repressão estatal. Fraudes em licitações e empréstimos a juros astronômicos são algumas delas", disse Silvério.

O nome da operação faz referência ao edifício Burj Khalifa, na cidade de Dubai, onde os alvos teriam feito registros de viagens ostentação, em redes sociais, segundo o MP. Os alvos são acusados de crimes de usura, ameaça, extorsão e lavagem de dinheiro.

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