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Brasil

Adolescente denuncia racismo em shopping na zona leste de São Paulo

"Não é por conta da minha pele que eu sou diferente de alguém”, diz jovem; rapaz afirma que foi agredido em sala reservada de loja

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Fotos mostram marcas no corpo. O celular, totalmente danificado. Situações resultantes de racismo que um adolescente de 14 anos denunciou, após sofrer o crime em um shopping na zona leste de São Paulo. Segundo o jovem, ele foi agredido por homens que se diziam seguranças do centro de compras.

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O rapaz estava no Shopping Penha com um amigo da mesma idade. De acordo com o relato da vítima, os dois foram perseguidos pelos seguranças, supondo que fossem cometer furtos. Incomodados com a perseguição, os dois saíram da loja e foram abordados por outros seguranças, sendo revistados. Depois, teriam retornado à loja.

O adolescente relatou que, naquele momento, o amigo conseguiu escapar, mas ele foi levado para uma sala reservada. No local, sofreu a agressão dos vigilantes com socos e chutes.

"Quando eu comecei a apanhar na frente do público, juntou muita gente, aí ele me pediu pra juntar a mão pra trás e disse: ‘já que você é vagabundo, eu vou tratar igual vagabundo’. Aí ele me conduziu até o lugar onde não tinha ninguém e lá, sim, começaram a me bater mais forte ainda", conta. "Estavam achando que eu tinha roubado alguma coisa, só que não acharam nada comigo", afirmou o adolescente.

Defesa e posicionamento do shopping e da loja

De acordo com a advogada do jovem, “o racismo, a lesão corporal e a tortura, por tudo o que fizeram com ele, né? Ele passou por uma situação extremamente vexatória, na frente das pessoas que passeavam pelo shopping, foi humilhado, foi torturado, sofreu agressões terríveis”, disse Mariângela Brossi.

O 10º DP informou que recebeu as imagens do circuito de segurança da loja e que analisa o material. Em nota, o Shopping Penha disse que colabora com as investigações, mas que as imagens das câmeras não mostram qualquer agressão. Alegou, ainda, que as equipes passam por treinamentos e que não admite preconceito.

Já as Lojas Americanas informaram, em comunicado, que também colaboram com as investigações e que repudiam qualquer abordagem indevida aos clientes. Uma investigação interna, ainda segundo a loja, não constatou agressão nas dependências do estabelecimento.

"As pessoas vão ser responsabilizadas", deseja família

A família do adolescente confia na justiça para evitar que mais um caso de racismo se repita. "Eu nunca ia imaginar que o meu filho, de quatorze anos, iria sofrer isso. E hoje eu vejo ele aterrorizado quando eu estou num supermercado e alguém está andando do nosso lado e ele fala: ‘Mãe!’ Eu falo: ‘filho, o que é isso?’ Porque, na cabeça dele agora, por ele ser negro ele vai ser tratado sempre assim”, lamenta a professora Tatiane Almeida.

“Eu vou buscar justiça. Não importa quanto demore. As pessoas vão ser responsabilizadas, para elas entenderem que elas não podem fazer isso com um ser humano”, encerrou.

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