7 anos da queda do avião da Chape: relembre acidente que matou 71 pessoas
Maior acidente da história com uma delegação esportiva teve uma polêmica recente em cidade colombiana. Veja como estão os sobreviventes
Perto de completar 7 anos do do acidente aéreo da Chapecoense, a prefeitura da cidade La Unión, vizinha de Medellin, na Colômbia, decidiu colocar uma réplica do avião em uma praça no centro do município. A peça, que fazia parte da decoração de Natal, foi retirada depois das críticas de colombianos e brasileiros nas redes sociais.
Nesta 4ª feira (29.nov), faz 7 anos que o Voo 2933, da empresa LaMia, caiu em Cerro El Gordo, na Colômbia. A aeronave estava a caminho de Medelin, onde a Chapecoense iria disputar o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional de Medellin. A queda aconteceu por falta de combustível, segundo relatório feito pela Aeronáutica Civil da Colômbia.
A aeronave levava os atletas da Chapecoense, a equipe técnica e a diretoria do time catarinense, além de jornalistas e convidados, para o Aeroporto Internacional José María Córdova, em Rio Negro, na Colômbia. Dos 77 passageiros, 71 morreram. Dos seis sobreviventes, três eram jogadores do clube: Alan Ruschel, Jackson Follmann e Hélio Hermito Zampier Neto, mais conhecido como Neto. Um jornalista e dois tripulantes também saíram com vida.
Apenas Ruschel seguiu como atleta e atualmente defende o gaúcho Juventude. Follman, que teve uma das pernas amputadas, tornou-se palestrante motivacional e cantor, vencendo o programa de talentos PopStar, em 2019. Já Neto tentou retornar aos gramados após sua recuperação, mas decidiu se aposentar da profissão por sentir dores durante os treinos e nas partidas. Hoje também dá palestras, além de trazer mensagens biblícas em suas redes sociais.
Ele fez uma publicação relembrando quando esteve de coma, após ser resgatado:
"Há 7 anos acontecia a maior mudança que eu poderia ter em minha vida."
A Chapecoense também se manifestou em suas redes sociais e disse, por nota, que o o estádio do clube, Arena Condá, estará aberto ao público até às 17h desta 4ª feira para que os torcedores possam prestar homenagens às vítimas do acidente.
A polêmica réplica
A prefeitura da cidade La Unión, vizinha de Medellin, na Colômbia, decidiu colocar uma réplica do avião da tragédia em uma praça no centro do município, como parte da decoração de Natal. A estrutura ainda tem uma bandeira da LaMia, empresa responsabilizada pela tragédia. Após críticas nas redes sociais, a gestão municipal decidiu retirar a decoração com a homenagem duvidosa à Chapecoense e pediu desculpas pelo "desconforto".
Veja a nota do prefeito da cidade, Édgar Alexandre Osorio Landoño, divulgada na semana passada:
"Nos últimos anos, a Empresa de Serviços Públicos La Unión se encarregou de projetar e construir a iluminação natalina que adorna nosso parque principal. Este ano, sob o tema de representar a história do município, foram instaladas diversas figuras que recriam a idiossincrasia, a fauna, a flora, a arquitetura, a agricultura e os acontecimentos históricos do território da Unidade. Atualmente, a Empresa de Serviços Públicos continua a instalar e organizar a iluminação de Natal que será inaugurada no próximo sábado, dia 25 de novembro.
Dado que a instalação da figura do avião, que alude ao acontecimento ocorrido no dia 28 de novembro de 2016, que marcou a localidade, tem gerado diversas reações nas redes sociais, optou-se por retirá-la da Câmara Municipal de La União. Ressalta-se que a intenção da decoração de Natal nunca foi ferir a sensibilidade da comunidade, da mesma forma, entendemos e validamos o desconforto que foi causado, portanto, pedimos desculpas e daremos continuidade à figura."
Outros sobreviventes da tragédia
Também escaparam com vida o jornalista Rafael Henzel e dois membros da tripulação: Erwin Tuwuri e Ximena Suarez. Depois do acidente, Henzel atuou por alguns anos como comentarista esportivo e escreveu um livro em que relata a queda do avião. Ele faleceu em 2019, após sofrer um infarto durante uma partida de de futebol com amigos, em Chapecó, aos 45 anos. Já o técnico de tripulação, Erwin Tuwuri, sobreviveu a outro acidente em 2021, dessa vez de ônibus. Hoje, trabalha na Diretoria Aeronáutica da Bolívia. A comissária de bordo, Ximena Suarez, chegou a retormar a carreira, cerca de três anos depois da tragédia, mas desistiu de seguir na área. Ela também um lançou um livro, "Voltar aos céus".
Aeronave já emitia alertas cerca de 40 minutos antes da queda
Segundo o relatório técnico, elaborado pela Aeronaútica Civil da Colômbia, a aeronave já emitia alertas visuais e sonoros de situação de emergência cerca de 40 minutos antes, mas a tripulação não atendeu os avisos e não tomou as medidas protocolares de comunicação com os controladores de voo. As investigações apontaram também que a empresa não costumava fazer planejamento conforme as normas para voos longos e internacionais.
Chapecoense foi campeã simbólica da Copa Sul-America 2016
O acidente teve repercussão internacional, com os principais veículos de comunicação, como The New York Times e El Pais, trazendo a cobertura da tragédia. A Conmebol cancelou a final da Copa Sul-Americana daquele ano e a Chapecoense foi declarada campeã. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também decidiu adiar por uma semana a segunda partida da final da Copa do Brasil e a última rodada do Campeonato Brasileiro.
Quatro estavam na lista do voo, mas não embarcaram
Quatro pessoas que estavam na lista de passageiros do voo não embarcaram: o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon; o presidente do Conselho Deliberativo da Chapecoense, Plínio David de Nes Filho; o presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), Gelson Merisio (PSD); e o jornalista da rádio Super Condá, de Chapecó, Ivan Carlos Agnoletto.