Sindicato acusa governo de SP de rejeitar proposta de trocar greve por passe livre
Paralisação impacta linhas do Metrô e da CPTM; Trabalhadores pedem plebiscito sobre a privatização da Sabesp
SBT News
Camila Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários e Metroviárias, rebateu o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e afirmou que o governo de São Paulo rejeitou a proposta de trocar a greve desta 3ª feira (28.nov) pela liberação das catracas do Metrô e da CPTM.
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Em coletiva de imprensa na manhã de hoje, Tarcísio afirmou não haver motivos para a paralisação e que se tratava de uma greve política, já que não há pauta trabalhista ou salarial.
"Não aceitar essa posição (da privatização) é não aceitar o resultado das urnas. Estamos cumprindo as promessas de campanha", disse. Ainda segundo o governador, propostas e estudos de privatização não vão ser interrompidos por causa de protestos.
"As desestatizações, os estudos para concessões, não vão parar. Não adianta fazer greve com este mote. Vamos continuar estudando e tocando, dissemos que faríamos isso [durante a campanha]. [A privatização da] Sabesp vai acontecer no ano que vem. Podem ter certeza disso. E vai ser um grande sucesso", afirmou Freitas.
Segundo Camila, a alegação de que a greve não tem pautas trabalhistas é falsa. Em vídeo publicado no Instagram do sindicato, ela afirma que as privatizações afetam diretamente os funcionários dessas organizações, através da redução de postos. Segundo ela, após a privatização da Enel, 36% dos funcionários foram cortados.
Além do Metrô e da CPTM, também participam da greve unificada a Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) e professores estaduais.
Camila ainda reforçou que o sindicato se reuniu ontem (27.nov) com cinco representantes do Governo do Estado de São Paulo, para apresentar a proposta de catraca livre com 100% da operação do Metrô durante o dia de greve. O projeto, entretanto, foi rejeitado. A presidente da organização aponta os dias de ENEM, em que o transporte público operou com catraca livre, como indício de que não há perigos para a população.
A gente propôs funcionar hj 100% com catraca Livre. Mas Tarcísio diz que teria confusão se liberasse a catraca. Argumento mentiroso e preconceituoso. Nos dias do Enem, teve catraca livre e zero risco para a população. Tarcísio acha que o povo trabalhador que pega metrô é vândalo?
? Camila Lisboa (@CamilaRDLisboa) November 28, 2023
Nesta 3ª feira (28.nov), a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) realiza audiência pública para votar o projeto de privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Sindicalistas e grupos de apoio irão se reunir em frente ao Palácio 9 de Julho, sede da Alesp, na zona sul da capital, para manifestar-se contra a proposta.
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