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De Racionais a Belo, de Fafá de Belém a Adriano Imperador, CD com sambas-enredo de SP é lançado

Disco triplo tem faixas das 33 agremiações das principais divisões do carnaval paulistano

Imagem da noticia De Racionais a Belo, de Fafá de Belém a Adriano Imperador, CD com sambas-enredo de SP é lançado
Capa de cd com carro alegórico durante desfile de escola de samba
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A Liga das Escolas de Samba de São Paulo (SP) lançou, nesta 6ª feira (24.nov), o CD com os 33 sambas das escolas das três primeiras divisões da folia. O álbum está disponível nas principais plataformas de streaming de musica e será oficialmente lançado com uma grande festa no próximo dia 2 de dezembro, Dia Nacional do Samba, na Fábrica do Samba, o complexo que abriga os barracões das escolas. 

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O disco possui participações especiais que têm ligação direta com os enredos das agremiações. A Vai-Vai, maior campeã, volta ao grupo especial com uma homenagem ao hip-hop e trouxe os icônicos Racionais MC's para abrir a faixa. Não à toa, o título do enredo remete ao clássico do grupo: "Capítulo 4, Versículo 3 - Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano".

Desfile do Império de Casa Verde no Carnaval 2023, no Sambódromo do Anhembi | Ana Patricia/ SPTuris

Junto da escola da Bela Vista, o Camisa Verde e Branco retorna à elite depois de 12 anos. O enredo louva o orixá Oxossi e traz o ex-jogador Adriano Imperador como figura que driblou as dificuldades para virar rei nos gramados. Na faixa, o cantor Belo solta a voz, enquanto a companheira do pagodeiro, Gracyanne Barbosa, vai reinar à frente da bateria.

Já Fafá de Belém será a homenageada do Império de Casa Verde. A "cabocla mística" terá a vida e carreira contada e cantada pela escola da zona norte junto das lendas e mistérios da Amazônia.

Do Brasil afroindígena ao infinito do universo

Do norte para o sudeste, a Rosas de Ouro vai celebrar os 70 anos do paulistaníssimo Parque do Ibirapuera. A azul e rosa retoma uma tradição: é uma das escolas que mais cantou e festejou a "terra da garoa" em seus enredos.

São Paulo também será o pano de fundo da atual campeã, Mocidade Alegre. A agremiação do bairro do Limão atualiza o clássico "Paulicéia Desvairada", de Mário de Andrade, para o enredo "Brasiléia Desvairada", uma viagem do autor pelas culturas e tradições que bordam um Brasil diverso.

O solo brasileiro também está presente no samba da Mancha Verde, com uma celebração à agricultura, e em mais uma homenagem a uma cidade pela Tatuapé. A escola da zona leste, depois de cantar Paraty (RJ) em 2023, vai falar sobre Mata de São João, cidade baiana. Na faixa, a participação da voz da sambista e deputada estadual Leci Brandão e da cantora Keilla Regina.

A médica e apresentadora Thelma Assis, durante o desfile campeão da Mocidade Alegre em 2023 | Felipe Araujo/Liga-SP

Das nossas origens e força que construiu a braço e sangue, a Tom Maior vai cantar o amor pela lente indígena do enredo ""Aysu, uma história de amor". As tricolores Dragões da Real e Independente cantam, respectivamente,  as rainhas e reis de África, e as guerreiras Agojie, vistas no filme "Mulher Rei", protagonizado por Viola Davis. Já a Tucuruvi, em um grito de respeito à ancestralidade e contra a intolerância religiosa, traz o tabuleiro de Ifá, o oráculo usado nas religiões africanas, que guia e revela o destino.

A Gaviões da Fiel, por outro lado, vai revelar o infinito: usando um de seus sambas clássicos e mais cantados em todo o país, alvinegra nos leva até o infinito do universo para mostrar as belezas e ambições do ser humano, levando o samba às constelações.

Por fim, a Barroca Zona Sul canta a própria história ao celebrar 50 anos de tradição, com um samba considerado um dos melhores - se não, o melhor - samba do ano na capital paulista. A Águia de Ouro segue com as homenagens no carnaval ao cantar os 100 anos do rádio no Brasil, tendo como "embaixador" o radialista Eli Corrêa.

Escolas buscam acesso à elite com personalidades e tradições

Pelo Grupo de Acesso 1, as escolas que buscam uma vaga na elite do carnaval cantam personalidades importantes da cultura e inteligência brasileira: a tradicional Nenê de Vila Matilde reverencia a cantora de ciranda Lia de Itamaracá; a Terceiro Milênio canta a griot, autoridade religiosa e doutora honoris causa Vovó Cici de Oxalá e seu contar sobre a criação do mundo na visão dos Orixás; a Mocidade Unida da Mooca celebra a intelectual Helena Theodoro e reverencia a orixá Oyá.

As raízes afroindígenas brasileiras serão cantadas pela Pérola Negra, com a garra das quebradeiras de coco; na Torcida Jovem, com as tradições bantu africanas; e no culto do orixá Ogum pela Vila Maria. O nordeste é celebrado no mandacaru da Colorado do Brás; e na imaginada independência da região pela Dom Bosco de Itaquera.

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