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Brasil

Noticiário de guerra reforça necessidade por cuidados com a saúde mental

Imagens e informações sobre destruição e mortes no Oriente Médio podem despertar gatilhos

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local atacado durante a guerra
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Com o noticiário e as redes sociais tomados por imagens e relatos sobre guerra, nunca é demais reforçar os cuidados com a saúde mental. Dentro de casa, é importante muita conversa e olhar atento, especialmente às crianças, até porque também há muita desinformação circulando.

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Uma cena tem sido cada vez mais comum: famílias reunidas em frente à televisão em busca de informações. Enquanto o confronto entre Israel e o grupo Hamas se intensifica, pais se esforçam para manter os filhos protegidos de tantas notícias ruins.

"A gente tenta ser transparente, não omitir, mas ser leve na informação, porque se impacta a gente, como adulto, imagina eles?", afirma a psicopedagoga Milene Hormigo Kobayashi.

É um bombardeio de informações o tempo todo. Vídeos, fotos, relatos de sobreviventes estão em todo lugar. O que está acontecendo lá no Oriente Médio fica ao alcance das mãos de qualquer um.

"A gente tenta ter uma rotina em casa em que o uso do celular só acontece à noite, quando a gente está presente. Eles não usam o celular durante o dia. A informação pode chegar de uma outra forma pra eles, errada, e eu não quero que isso aconteça", diz Milene.

Esse cenário todo gera curiosidade, principalmente nas crianças, que têm um monte de perguntas pra fazer. E como tirar da cabeça deles uma imagem forte, que ficou guardada na memória?

A guerra tem impacto mesmo nas pessoas que estão do outro lado do mundo. As imagens de destruição, o barulho das bombas, as notícias sobre o número de mortos. Tudo isso, segundo especialistas, pode despertar o sentimento de angústia e aumentar a ansiedade.

E não é só nas crianças, como explica Danilo Suassuna, doutor em psicologia pela PUC de Goiás: "já aparecem no meu consultório hoje pessoas que estão com dificuldade de dormir, ou a guerra aparecendo no sonho".

Aconteceu com Milene. Ela conta que, às vezes, é impossível evitar os pensamentos negativos. O medo existe. "Me apavora demais e fico entristecida mesmo com toda essa situação".

"O que de pior pode acontecer é você disparar gatilhos que já existem em você. E aí, sim, o processo de depressão, um transtorno de estresse pós-traumático pode acontecer", afirma o psicólogo.

No caso das crianças, a recomendação do especialista é evitar o excesso de exposição. "Na fantasia da criança, a guerra vai chegar no Brasil. Ele sabe que o continente não é o mesmo, mas ele tem a fantasia de que o pai pode ir, de que a mãe pode ficar pra trás".

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