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São Paulo tem 385 km de lentidão em dia de greve

9 linhas do metrô e do trem estão paralisadas; trabalhadores protestam contra a privatização do transporte público

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São Paulo tem congestionamento no começo da tarde desta terça-feira
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A cidade de São Paulo registra 385 km de lentidão na tarde desta 3ª feira (3.out), dia de greve conjunta de funcionários do Metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e da Sabesp.

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Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a zonas mais afetadas são a Sul, Leste e Oeste, com lentidão de 107 km, 91 km e 84 km respectivamente. O Centro apresenta 53 km de congestionamento e a Zona Norte 48 km. Às 8h, o congestionamento registrado pela CET foi de 598 km. A lentidão às 12h era de 286 km.

A greve começou nesta manhã e deve durar 24h. A paralisação acontece em oposição aos projetos de privatização do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Os trabalhadores defendem que as propostas devem ser melhor debatidas, uma vez que a desestatização pode encarecer e piorar a qualidade do serviço.

Eles usam como exemplo a privatização das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, sob concessão da Via Mobilidade. Desde que a empresa assumiu a administração das linhas, o número de falhas no sistema subiu consideravelmente. Mais de cinco descarrilamentos foram registrados nas duas linhas neste período.

Na tarde desta 3ª feira (3.out) o trecho entre as estações Morumbi e Osasco, da linha 9-Esmeralda, apresentou falha técnica e está paralisado. Em nota, a empresa disse que o trecho está sendo realizado por ônibus da operação PAESE (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência).

Rodízio suspenso

O transporte público por ônibus foi reforçado para atender aos paulistanos que ficaram sem o transporte sobre trilhos nesta 3ª. O rodízio de carros também foi suspenso. Com isso, as ruas e avenidas da cidade tiveram trânsito acima da média.

+ Com greve no Metrô e na CPTM, SP faz operação especial de ônibus nesta 3ª

O que diz o governo

Mais cedo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) classificou a greve como ilegal e abusiva, defendendo os estudos de privatização.

O governador ainda criticou os sindicatos de transportes por não respeitarem a liminar da Justiça do Trabalho, que determinou o funcionamento de 100% do efetivo em horários de pico (6h às 9h e 16h às 19h) e de 80% nos demais horários.

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O que dizem os sindicatos

A presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, afirma que o governo do estado quer "vender São Paulo para atender aos interesses de bilionários que querem lucrar com o transporte público enquanto a população sofre com o caos diário das linhas privatizadas e da falta de investimento no metrô estatal".

Ainda segundo Camila, os grevistas propuseram a liberação das catracas como uma opção para não prejudicar a população, o que foi proibido pela Justiça do Trabalho a pedido do governo. 

"Se o governador Tarcísio estivesse realmente preocupado com o transporte da população, ele teria liberado a catraca, como foi proposto desde o começo", disse ela.

O Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, que representa os trabalhadores das linhas 7 e 10 da CPTM, afirma que a greve dos trabalhadores é legítima. Eles destacam que estão lutando contra a privatização e precarização do serviço e, além disso, contra a ida de funcionários da CPTM para as bilheterias das linhas já concedidas para a Via Mobilidade.

Ferroviários foram desviados de suas funções nas estações da CPTM para assumirem as bilheterias das linhas 8 e 9 após a empresa terceirizada responsável pela venda de passagens desistir da operação.

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