Cresce o número de pessoas mais jovens que moram com parentes idosos
Reunir a família sob o mesmo teto tem crescido em todas as faixas sociais; um dos motivos é econômico

SBT News
Reunir familiares sob o mesmo teto se torna cada vez mais comum no país. Um estudo do FGV Social, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a Pnad Contínua do IBGE, mostra que essa situação ocorre em todas as camadas sociais, com destaque para a classe "C", onde o avanço foi maior no período do levantamento, de 2012 a 2022. (A/B 24,97% - C 25,05% - D 14,11% - E 5,93%)
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São vários os fatores que levam a esse cenário, como filhos que demoram para sair da casa dos pais e avós ou voltam para morar com eles, principalmente diante de crises financeiras. "Quando ocorreu a grande recessão de 2015 no Brasil, a proporção de pessoas que foram morar com idosos deu um salto de 15%", explica o economista fa FGV Social, Marcelo Neri.
Segundo ele, há outro fator importante relacionado ao envelhecimento da população: "deixamos de ser um país jovem e, em breve, deixaremos de ser um país de meia-idade". O economista destaca que, diante de pais e avós com idade avançada, resgatou-se um antigo hábito dos mais jovens cuidarem dos familiares idosos. A importância do estudo, de acordo com Marcelo Neri, está na no apoio para o direcionamento de políticas públicas, nas áreas da saúde, mobilidade e também na política do salário mínimo.
Família confeiteira
Lídia Carrieri, de 39 anos, mora com os pais e uma tia, em São Paulo. Nunca se mudou e, hoje, a família produz doces e salgados caseiros para venda. "Eu precisaria de um emprego fixo para tentar a manter duas casas, a minha e a deles, mas não conseguiria"., afirma a confeiteira. "O dinheiro que a gente ganha ajuda a manter a nossa qualidade de vida". Lídia é o típico exemplo captado no estudo da FGV Social. Além de trabalhar em casa, ela também faz o papel de cuidadora do pai, doente; e da mãe, que sofreu um acidente.