Lula tenta desmilitarizar desfile de 7 de setembro para afastar data de Bolsonaro
Evento será o primeiro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, após os ataques golpistas de 8 de janeiro
Felipe Moraes
O primeiro desfile de 7 de setembro no terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) marca uma tentativa do petista de desmilitarizar o Dia da Independência e afastar data do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). São esperadas cerca de 30 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF).
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Nas redes sociais, bolsonaristas se apropriaram do discurso "fique em casa", usado durante a pandemia de Covid-19 como medida sanitária, para orientar apoiadores do ex-presidente a não aderir às comemorações.
Se Bolsonaro politizou o evento e aproveitou o 7/9 para afagar eleitores com discursos inflamados -- como o de 2021, em que chamou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de "canalha" --, Lula busca aproximar o feriado da população em geral, tornando a data mais do povo e menos dos militares.
É o que se vê, por exemplo, nos anúncios do governo chamando as pessoas para o desfile: as cores da bandeira do Brasil associadas a imagens de famílias, crianças e indígenas, e nada de Forças Armadas nas artes.
No pronunciamento à nação, antes do 7/9, Lula também reforçou esse tom de união nacional. "O dia de lembrarmos que o Brasil é um só", declarou o presidente.
"Que sonhamos os mesmos sonhos, que podemos ter sotaques diferentes, torcer para times diferentes, seguir religiões diferentes, ter preferência por este ou por aquele candidato, mas que somos uma mesma grande nação, um único e extraordinário povo", completou o petista.
Leia também: