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Brasil

Transporte por trens ainda não é prioridade no Brasil

País conta com 30 mil quilômetros de ferrovias. Maior parte é para transporte de cargas agrícolas

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Ferrovia. Foto: Divulgação ANTF
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O Brasil tem cerca de 30 mil km de ferrovias, o que corresponde a 17,7% do transporte no país. Mesmo com a finalização dos mais de 2 mil quilômetros da ferrovia Norte-Sul, o Brasil ainda tem poucos trilhos para um país de dimensões continentais. 

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O diretor executivo da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Bruno Batista, considera a entrega da Norte-Sul uma boa notícia, mas afirma que é preciso ampliar ainda mais o sistema ferroviário. "A ferroria constitui um eixo troncal, a partir dela outros ramais podem fazer conexão. Por outro lado, é preciso notar que 36 anos é muito tempo para completar uma obra dessas", afirma. 

Segundo o diretor da CNT, a ferrovia pode trazer impactos positivos como o frete mais barato, o alívio no sistema rodoviário e a menor poluição. Entretanto, essas mudanças podem passar despercebidas pela população. Bruno explica que as principais cargas levadas por trens são produtos agrícolas para exportação, que têm uma vocação natural para um transporte mais intensivo. "O Brasil perde grandes oportunidades por não ter mais ferrovias. Como a maior parte do investimento é privada, o governo precisa dar segurança jurídica e ter uma política não-intervencionista", diz Bruno. 

Aumento no transporte

Mesmo antes da entrega de todo o trajeto, a Norte-Sul já ajuda no transporte de cargas. A Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) mostra uma subida constante na movimentação pela ferrovia desde 2008, e uma alta expressiva no transporte de cargas no ano de 2022, de 46% em relação ao ano anterior. Soja (50%) e Milho (33%) foram os produtos mais transportados segundo a ANTF. 

Apesar do modal ferroviário ter recebido investimentos nos últimos anos, o segmento ainda representa somente 21,5% do transporte de carga no país, inferior ao de países continentais como Rússia (81%), Canadá (34%), Estados Unidos (27%). 

De acordo com a ANTF, em 2021, mais de 93% do minério de ferro exportado chegou aos portos brasileiros por trilhos. O transporte de produtos agrícolas também é importante para os granéis agricolas: milho (58%), açúcar (53%) e soja (46%). Segundo o governo, só em 2022, cerca de 7,8 milhões de toneladas de soja, milho e farelo foram transportadas pelos novos trechos da ferrovia. O valor corresponde a 25% do total exportado pelo estado de Goiás em comparação a anos anteriores.

Histórico

A história das linhas férreas brasileiras é antiga: o primeiro trem circulou em terras brasileiras quando o Brasil ainda ainda era uma monarquia. Dom Pedro II inagurou a primeira estrada de ferro em em 30 de abril de 1854, a Estrada de Ferro Petrópolis.

Com 14 km de extensão, ela ligava Porto Mauá à Fragoso, no Rio de Janeiro, e somente em 1886 a ferrovia chegou à Petrópolis, transpondo a Serra do Mar. 

A política adotada durante o império rendeu algumas consequências ao sistema ferroviário, como grande diversidade de bitolas, que é a largura dos trilhos. Isso dificulta a integração do sistema e a operação. Em 1922, o Brasil contava com 29 mil quilômetros de ferrovias. Desde então, o sistema passou por diversas mudanças, mas não houve grande expansão na malha.

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