Governo publica direito de resposta a postagem da gestão Bolsonaro sobre Curió
Publicado em maio de 2020, post tratava torturador como "herói do Brasil" e foi alvo de ação judicial
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) publicou, na tarde desta segunda (12.jun), direito de resposta a uma postagem feita pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais.
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A publicação, realizada em 5 de maio de 2020, tratava como "herói do Brasil" o torturador Sebastião Rodrigues Moura, conhecido como Major Curió.
"O homem que ordenou a prisão, tortura e execução de cidadãos brasileiros que defendiam a democracia durante o regime militar, em especial os que atuaram na guerrilha do Araguaia, na região de Tocantins, Pará e Maranhão. Não é herói. Nada justifica a tortura, a mais covarde das violências", diz a nota da Secom.
Ainda em 2020, familiares de vítimas de Curió entraram com ação na 8ª Vara Cível Federal de São Paulo contra a União e o torturador, que morreu em 2022, aos 87 anos. O direito de resposta foi publicado em todos os perfis oficiais do governo atual nas redes sociais.
O governo anterior, sob gestão de Jair Bolsonaro, tentou reescrever um momento repulsivo da história, chamando de herói nacional um torturador. Familiares das vítimas do Major Curió conseguiram na justiça direito de resposta, publicado com satisfação.https://t.co/2ZHA0B3tCU
? SecomVc (@secomvc) June 12, 2023
Obedecendo a ordem judicial, o governo publicou a seguinte nota:
"O governo brasileiro, na atuação contra a guerrilha do Araguaia, violou os Direitos Humanos, praticou torturas e homicídios, sendo condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por tais fatos. Um dos participantes destas violações foi o Major Curió e, portanto, nunca poderá ser chamado de herói. A SECOM retifica a divulgação ilegal que fez sobre o tema, em respeito ao direito à verdade e à memória."