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Desperdício de água potável no Brasil cresce pelo 6º ano seguido

Segundo estudo, principais motivos são vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados, os famosos 'gatos'

Desperdício de água potável no Brasil cresce pelo 6º ano seguido
Água potável
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O desperdício de água potável no Brasil aumentou pelo sexto ano seguido, segundo o Instituto Trata Brasil, que divulgou nesta 2ª feira (5.jun) um novo estudo sobre perdas de água em 2023. 

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Elaborado a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), a pesquisa aponta que, em 2016, 38,1% da água potável produzida no país foi perdida durante a distribuição. Em 2021, ano base do estudo, o índice chegou a 40,3%. Isso significa, segundo o Trata Brasil, a cada 100 litros de água captada pela natureza e tratada para se tornar potável, quase 40 litros se perdem. 

Os principais motivos são vazamento nas redes, erros de medição e consumos não autorizados, os famosos 'gatos'. 

Entre os gargalos a serem superados pelo país, a universalização do saneamento básico passa pela eficiência no controle de perdas de água. O relatório aponta que o volume total de água não faturada em 2021 (cerca de 7,3 bilhões de m³) equivale a quase oito mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçadas diariamente ou mais de sete vezes (7,4) o volume do Sistema Cantareira -- o maior conjunto de reservatórios do Estado de São Paulo.

Para entender o impacto do controle de perdas, considerando-se somente as perdas por vazamentos, o volume (3,8 bilhões de m³) seria suficiente para abastecer aproximadamente 67 milhões de brasileiros em um ano.

Isso em um país onde ainda existem 33 milhões de pessoas sem acesso à água tratada.

+ O desafio de garantir saneamento básico a todos é tema do Foco ESG

O Norte e Nordeste, que demonstram a maior precariedade dos serviços básicos, são as regiões que mais desperdiçam, segundo o estudo. Mais de 51,16% da água se perde na distribuição no Norte. No Nordeste, 46,15%

Contudo, entre 2017 e 2021, a região que mais apresentou piora foi o Sudeste, com aumento de 3,62 pontos percentuais. Por outro lado, observa-se uma melhora na região Norte, com redução de 3,98 pontos percentuais nos últimos cinco anos, mesmo que ainda seja o maior índice dentre as regiões brasileiras.

Evolução das perdas na distribuição por macrorregião (2021)
Evolução das perdas na distribuição por macrorregião (2021)

Benefícios da redução de perdas

O Brasil está longe de atingir a meta estabelecida em 2021 pelo governo federal de diminuir o desperdício para 25% até 2034. Segundo o Trata Brasil, se o indicador de perdas de água caísse de quase 41% para os 25% previstos, seria possível abastecer 25,7 milhões de brasileiros que não têm acesso à água potável hoje por um ano, também seria possível abastecer os 17,9 milhões de brasileiros que vivem nas favelas brasileiras por um ano e meio.

Para alcançar a meta de 25% de desperdício até 2034 e a meta prevista pelo Marco Legal do Saneamento, de que 99% da população deve ser abastecida com água potável até 2033, segundo o estudo, o país precisará fomentar políticas públicas, projetos e inovações e aumentar o ritmo de investimentos com a implantação de programas estruturados de redução de perdas de água

"Podemos ver que a situação de perdas se torna cada vez mais preocupante. Com uma piora nos últimos cinco anos, 40,3% da água potável, recurso fundamental para a vida de crianças, jovens, adolescentes, adultos e idosos, é perdido nos sistemas de distribuição e não chega de forma oficial para milhares de residências no país. Estamos falando de um volume de água tratada desperdiçada diariamente que é equivalente a 8 mil piscinas olimpíadas. Para alcançar os 33 milhões de brasileiros que vivem sem o recurso, a universalização passa pela redução de perdas",ressalta Luana Pretto, Presidente Executiva do Trata Brasil.

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