Batalhão do Exército é especializado em defender a Caatinga
Bioma ocupa 11% do território nacional. Soldados enfrentam calor, seca e vegetação espinhosa
Waldson Balbino
A Caatinga é um dos principais biomas brasileiros, ocupando 11% do território nacional. Tamanha imensidão tem um batalhão do Exército dedicado a proteger a área: são os "Guerreiros da Caatinga".
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Durante um treinamento no sertão de Pernambuco, força física e equilíbrio psicológico são fundamentais para encarar e superar obstáculos. Sol forte de 40°C, vegetação espinhosa, seca e vegetação espinhosa são alguns deles.
O Centro de Instrução e Operações na Caatinga, vinculado ao 72º Batalhão de Infantaria do Exército, fica a pouco mais de 90 quilômetros da cidade de Petrolina. Esse é o único que forma combatentes para atuar em ambientes hostis e, no caso, semiáridos.
Para avançar na caatinga é necessário um uniforme especial, com a maior parte feita em couro, para proteger dos espinhos. A cor também é aliada, facilitando a camuflagem na hora da missão. O traje é inspirado nas roupas do vaqueiro nordestino. Outro item é o gorro beija-santo, nome derivado de uma tradição cristã herdada pelo sertanejo da região, segundo o Primeiro-Tenente Islã.
A instituição tem 38 anos e já formou mais de 12 mil militares de vários estados e até de outros países. Os "estagiários da caatinga" passam por desafios como conter serpentes, cascavéis e jiboias, além de aprender técnicas para fazer fogo e hidratação por meio de plantas espinhosas, onde a parte superficial é retirada para o consumo.
Já na fazenda Tanque de Ferro, os "estagiários" passam duas semanas intensas até se prepararem para o combate. A intenção do grupamento é descentralizar a formação, aumentando o número de "guerreiros" defensores do bioma de dois mil para até seis mil por ano.