Quase 100 crianças foram vítimas de bala perdida no Rio desde 2007
Maioria dos casos ocorreu durante operações policiais ou guerra entre criminosos
Camila Stucaluc
Um levantamento da Organização Rio de Paz apontou que, desde 2007, 93 crianças e adolescentes entre zero e 14 anos foram vítimas de bala perdida no estado do Rio de Janeiro. O número representa uma média de cinco vítimas por ano, sendo a maioria em comunidades, em meio a operações policiais ou guerra entre criminosos.
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O balanço foi divulgado na 4ª feira (29.mar), um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que o estado do Rio deverá indenizar, em R$ 200 mil, a família de Luiz Felipe Rangel Bento Paz. O menino, de apenas três anos, foi atingido na cabeça por uma bala perdida enquanto dormia, na Comunidade da Quitanda, em 2014.
Na decisão, o ministro Gilmar Mendes recusou a alegação do Tribunal de Justiça do Rio, que disse não existir provas de que o projétil que atingiu o menino partiu dos policiais - que faziam uma operação no local. Como a bala não foi encontrada, Mendes afirmou que não houve perícia e que, para dificultar, os PMs não usavam câmeras corporais.
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"Só agora, nove anos depois do crime, o STF entende que o Estado do Rio é responsável de alguma maneira pela morte deste menino. Tardiamente, é bom ressaltar, porém é um alento para esta família que vem buscando uma reparação. Isso abre precedentes para que outros casos semelhantes sejam julgados da mesma forma", avaliou João Luís Silva, articulador social da ONG Rio de Paz.
