Retomada de exigência de vistos trará prejuízo ao turismo, admite Freixo
Embratur vai propor visto eletrônico e valor simbólico para pedir autorização
O presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo (PT-RJ), evitou polemizar com o governo Lula, mas admitiu nesta 2ª feira (20.mar) que o turismo brasileiro sofrerá prejuízos com o retorno da exigência de vistos para turistas dos Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália, entraram no Brasil.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
"Essa é uma decisão de governo. Me cabe respeitar e tentar fazer com que essa decisão, que é do Itamaraty e que é baseada na lógica da reciprocidade, não traga um prejuízo maior para o turismo. Trazer algum efeito para o turismo vai trazer, agora tentar reduzir esse impacto é o objetivo", afirmou em entrevista ao SBT News.
Freixo adiantou que a Embratur vai propor que o valor do visto seja apenas simbólico e que o documento ao invés de uma autorização formal - com o protocolo que atualmente exige a ida até uma embaixada e o carimbo no passaporte, seja substituído pelo documento eletrônico, uma autorização de viagem para que os turistas possam entrar no país - como já ocorre no Canadá, por exemplo.
As estratégias de Freixo são para garantir a manutenção dos números positivos do turismo no Brasil. O presidente da Embratur teme que as exigências impactem negativamente no setor.
"A gente está num momento muito positivo. A gente teve 800 mil turistas visitando o Brasil no mês de janeiro. A gente está num momento onde a expectativa sobre o Brasil é muito positiva. Eu acabei de chegar de duas feiras internacionais onde há muita esperança, muita expectativa em relação ao Brasil por tudo o que a gente passou. Então é o momento onde a gente tem que olhar o turismo do Brasil com muito carinho. É 8% do PIB [Produto Interno Bruto] hoje. Mas essa é uma decisão governamental e e cabe respeitar", avaliou.
Se as medidas propostas forem revistas pelo Ministério das Relações Exteriores, com a flexibilização sugerida (visto eletrônico e taxa simbólica), Freixo acredita que os impactos serão reduzidos. "Se for assim, eu acho que atrapalha pouco e a gente consegue fazer com o que o turismo siga crescendo, que é o que a gente quer", concluiu.
A cobrança do visto para esses países estava suspensa desde 2019 e volta a valer em 1º de outubro.