Carnaval 2023: conheça os enredos das escolas de samba do Rio
Desfiles do grupo especial na Sapucaí começam neste domingo e vão até 2ª feira
O carnaval 2023 na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, contará com homenagens variadas de personagens conhecidos da cultura popular e outros nem tanto, mas importantíssimos para a formação e o legado cultural e religioso de várias gerações. As escolas vão desfilar no domingo (19.fev) e na 2ª feira (20.fev).
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A Beija-Flor retoma a verve política do último título, de 2018, com um enredo que quer trazer os excluídos no Bicentenário da Independência do Brasil. Se naquele ano a escola usou Frankstein para fazer uma comparação com as desigualdades sociais, a azul e branca traz neste o debate sobre o futuro do país que queremos, de modo a denunciar e criar um marco por meio da luta e da conquista da real independência.
A Unidos da Tijuca vai exaltar a Baía de Todos os Santos, porta de entrada para muitos invasores e guardiã de muito axé e águas cristalinas. O local foi determinante para a Independência da Bahia, em 2 de julho de 1823, quando portugueses foram derrotados pelos baianos. A data é celebrada como um carnaval nas ruas de Salvador, onde "viver será só festejar".
E a festa vai rolar pelos lados de Mangueira, que vai exaltar "As Áfricas que a Bahia canta", tendo como pano de fundo o axé baiano e as influências do continente na musicalidade. A Vila Isabel vai cair, literalmente, na farra ao trazer à Marquês os vários festejos pelo mundo.
A campeã aclamada de 2022, com um enredo que foi um grito contra a intolerância religiosa ao exaltar o orixá Exu. A Grande Rio vai homenagear Zeca Pagodinho. Outra homenagem virá do retorno da Império Serrano ao grupo especial, ao cantar o "filho" Arlindo Cruz.
A Viradouro levará a história pouco conhecida e escondida pelos livros de Rosa Maria Egipcíaca, autora do livro mais antigo escrito por uma mulher negra no Brasil. Escritora e com dons espirituais, chegou a se prostituir e sofreu castigos por aqueles que a chamavam de "feiticeira".
Duas escolas farão autorreferências: a Portela completa 100 anos de história, enquanto o Salgueiro toma o carnavalesco icônico Joãozinho Trinta para desfilar os vários "delírios" de nobres esfarrapados.
A cultura nordestina vai mostrar sua cara na Mocidade Independente de Padre Miguel, ao cantar o legado dos discípulos de Mestre Vitalino, conhecido mundialmente pelo artesanato em cerâmica e barro, integrantes do maior Centro de Artes figurativas das Américas.
O arretado Lampião e as batalhas em brasa pelo chão rachado e xaxado do cangaço, onde ele era rei, vão dar o tom no desfile da Imperatriz Leopoldinense em uma apresentação tal qual exuberante como foi Virgulino.
Indo mais ao norte e encerrando a "viagem", a Paraíso do Tuiuti desembarca "sem medo de careta" na Ilha de Marajó, no Pará, exaltando as lendas, os búfalos que habitaram o território, transformado no "boi preto mogangueiro". A cantiga se transformará em samba para ninguém dormir na Sapucaí.
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