RS: Estiagem revela descarte irregular de lixo no rio Gravataí
Reservatório fornece água para cerca de 1 milhão de pessoas, além de indústrias e lavouras no estado
Ingrid de Oliveira
A imagem aérea impressiona. Cerca de 100 metros de lixão a céu aberto. O volume assustador de resíduos mudou a paisagem do rio Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Com a estiagem, o nível do rio baixou e trouxe à tona o problema ambiental.
A bacia do rio Gravataí é uma das mais importantes do Rio Grande do Sul. Ele fornece água para cerca de 1 milhão de pessoas, além de indústrias e lavouras de arroz do estado.
O rio nasce em Santo Antônio da Patrulha, no litoral norte gaúcho, e passa por 8 municípios até desaguar no Lago Guaíba, em Porto Alegre.
Com previsão de chuva para os próximos dias, o medo é de que o lixo represado comece a se deslocar. Para evitar que chegue a Porto Alegre, foram instaladas duas boias de contenção. "Para que a gente possa ir, de forma tranquila, conter esses resíduos para que não avancem para o lago Guaíba", afirma o diretor da Defesa Civil de Cachoeirinha (RS).
Com o auxílio de barcos, equipes da Defesa Civil de Cachoeirinha estudam a situação no trecho do rio Gravataí, o mais impactado pela poluição, que passa pelo município. O maior desafio das autoridades é retirar todo esse lixo. Em alguns pontos, a camada de resíduos chega a ter 40 centímetros de profundidade.
A operação de limpeza é complexa e cara. A primeira estimativa de gasto foi de R$ 2 milhões - dinheiro que hoje a Prefeitura de Cachoeirinha afirma não ter.
"Agora, é muita união, calma, paciência. O problema já está posto aqui, e nós temos que resolver, para encontrar a melhor solução para tirar esses resíduos", declara o prefeito Cristian Wasen.
Um problema ambiental que não é de hoje. Segundo o ranking feito pelo IBGE, o rio Gravataí está entre os 5 mais poluídos do país.
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